O pastor Lourival Santos Andrade, de 42 anos, preso por suspeita de estuprar quatro fiéis e passar 'óleo ungido' nas partes íntimas delas foi interrogado nessa quarta-feira (18), em Cuiabá. De acordo com a delegada Jannira Laranjeira, o pastor disse ter três igrejas em municípios do estado, mas não comentou sobre os abusos. Foram encontrados na casa dele papeis com anotações sobre o que ele diria na defesa.
Conforme as investigações, Louviral teria estuprado quatro vítimas, duas delas sendo menor de idade, em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá. A delegada informou que o suspeito respondeu apenas a primeira parte do interrogatório e, que sobre os abusos, manifestou o direito de permanecer calado.
O g1 tenta localizar a defesa de Lourival.
Lourival disse à polícia que possui uma igreja em Confresa, uma em Ribeirão Cascalheira, a 893 km de Cuiabá, e outra na capital, no Bairro Planalto.
“Ele foi interrogado e disse ser pastor e ter três igrejas. Respondeu as questões tranquilamente e, sobre o fato, negou e manifestou o direito de permanecer calado", disse a delegada Jannira Laranjeira.
A polícia encontrou na casa do pastor quatro papeis com os rascunhos da defesa para cada caso.
"O que estava escrito é que ele nunca esteve com a vítima, e que não conhece a vítima. Para cada caso ele tinha uma defesa”, afirma a delegada.
O suspeito ainda informou à Polícia Civil que já havia sido apreendido quando era menor de idade por roubo, mas que após o fato, não tinha mais nenhuma ocorrência policial contra ele.
As investigações iniciaram após o registro do primeiro boletim de ocorrência, em agosto do ano passado, contra o pastor que se aproveitava da função para praticar os abusos sexuais, segundo a polícia.
O investigado residia em Cuiabá e cometia os crimes quando ia à cidade de Confresa realizar cultos e encontros pastorais.
Conforme a polícia, uma das vítimas participava de uma conferência na igreja, quando o suspeito chamou a menor em um quarto fechado e acariciou as partes íntimas da adolescente. Em outro momento, ele realizou uma chamada de vídeo para a menor, em que aparecia exibindo o órgão genital.
A segunda vítima, de 17 anos, relatou que em fevereiro deste ano foi até igreja evangélica falar com pastor, para que ele fizesse uma oração. A adolescente informou à polícia que ele a levou até o banheiro da igreja, deu um óleo e pediu para passar na barriga dela.
De acordo com a delegada, as vítimas passaram por exame de corpo de delito em Confresa.
Na sequência, o investigado passou o óleo pelo corpo da vítima, que começou a sentir tontura. Então, o suspeito tirou o vestido da adolescente e praticou os atos sexuais, segundo o relato.
Conforme a investigação, os crimes eram cometidos do mesmo modo. Durante a oração, ele falava que tinha que passar óleo ungido nas partes íntimas das vítimas, pois alguém havia feito “magia negra”.
O investigado levava as vítimas para um quarto ou outro cômodo da igreja, passava o produto no corpo delas e praticava os abusos.
O suspeito teve a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) pelo crime de estupro de vulnerável, após uma investigação da Delegacia de Confresa para apurar as ocorrências.