O Banco Mundial elevou de 1,5% para 2,5% a estimativa de alta do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos — do Brasil para 2022. Os dados, divulgados nesta terça-feira (4), preveem ainda crescimentos de 0,8% e 1,8% da economia nacional em 2023 e 2024, respectivamente.
A nova estimativa está em linha com as revisões recentes apresentadas pelo Ministério da Economia e pelo BC (Banco Central). Tanto o governo quanto a autoridade monetária passaram a prever alta de 2,7% das riquezas nacionais no acumulado deste ano, em relação ao resultado de 2021.
O relatório do Banco Mundial analisa que as taxas de crescimento previstas para a região da América Latina e do Caribe vêm aumentando consistentemente desde janeiro, em contraste com as quedas no resto do mundo.
"A América Latina e o Caribe estão, portanto, fechando a lacuna num momento em que as estimativas globais tendem a cair em decorrência da guerra na Ucrânia", diz o documento, que indica prejuízos causados pela inflação em todos os países da região.
O Banco Mundial afirma ainda que o aumento dos preços das commodities (matérias-primas com cotação internacional) beneficiou a economia dos grandes exportadores regionais, como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Peru. No entanto, a instituição estima que os “ventos de cauda” se tornem desfavoráveis.
"Os preços das commodities devem cair 10% no ano que vem", afirma. "Esses desdobramentos, juntamente com o conflito na Ucrânia, estão deprimindo as economias do G7 e, combinados com a contínua recessão na China devido aos lockdowns da Covid-19, devem reduzir as exportações", completa o o relatório.
A instituição também observa o aumento da incerteza política em alguns países. "Tudo isso sugere uma redução nas taxas de crescimento em 2023 para 1,6% dos 3% estimados para 2022", destaca o Banco Mundial.
Na percepção do Banco Mundial, as taxas de crescimento estimadas "são baixas e insuficientes para realmente reduzir a pobreza ou influir na prosperidade" dos países que integram a região da América Latina e do Caribe. A autoridade lamenta o desempenho similar ao apurado na década anterior à pandemia.
"As taxas sugerem, se não uma armadilha de crescimento, pelo menos a continuidade de um desempenho medíocre. Isso, por sua vez, indica a necessidade de enfrentar desafios de longa data em matéria de infraestrutura, educação e inovação tecnológica e gerencial", avalia a instituição.
Por outro lado, o Banco Mundial afirma que a região parece razoavelmente resiliente diante de desafios sobrepostos. "Os encargos da dívida estão aumentando com as taxas de empréstimos globais, mas a menor exposição ao dólar dos empréstimos na região e uma posição de reserva mais forte fizeram com que as classificações internacionais permanecessem relativamente estáveis", diz o relatório.