O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) repassou, esta semana, ao Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal (Sintap), o balanço do primeiro mês de trabalho dos servidores após a volta da identificação da madeira no posto do Distrito Industrial. Ao todo, conforme informou a diretora técnica da autarquia, Daniela Soares, foram 17 caminhões detectados com irregularidades pelas três equipes de servidores plantonistas que se revezaram em turnos de 24h. Coincidência ou não, o índice de desmatamento irregular no estado diminuiu 15% pouco antes da volta do trabalho de identificação. A porcentagem de redução representa o período compreendido entre agosto de 2016 e julho deste ano. No período, a área destruída no Estado caiu de 949,3 km² derrubados para 809,6 km². Os dados são oriundos do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados no último dia 22. A queda interrompe uma curva de crescimento após cinco anos (também o mesmo período que a identificação da madeira ficou interrompida).
Conforme o balanço do Indea, nestes primeiros 30 dias de trabalho foram emitidos 2997 Certificados de Identificação de Madeira (CIMs) para um total de 73.936,416 de metros cúbicos de madeira verificada. Com isso foi arrecadado um montante de mais de R$ 2 milhões para os cofres públicos sendo: R$ 236.090,10 (valor da taxa de ICMS); R$ 1.250.938,63 (valor da taxa do Fethab) e; R$ 707.286,88 (Valor da taxa do Indea – CIMs). Soares informou ainda que estão sendo implantadas barreiras volantes nos próximos dias e algumas arestas do posto como o policiamento mais presente da Polícia Militar está sendo buscado para garantir a segurança dos servidores e quem utiliza o posto como os reeducandos e os motoristas.
A presidente do Sintap, Diany Dias, acredita que, apesar de ter desagradado muita gente, esse trabalho, por mostrar resultados tão eficientes e por ser em pról não só da saúde financeira do Estado, mas também da preservação ambiental com um maior controle sobre a derrubada das florestas matogrossenses, tende a se firmar e não mais ser ameaçado de extinção. Afinal, disse ela, o Estado é signatário da COP-20 e essa é uma das formas de garantir a diminuição do desmate irregular. “Com um trabalho desses os madeireiros que não trabalham de forma sustentável vão pensar várias vezes antes de tentar macular as florestas e a receita estadual com madeiras que não condizem com a realidade que transportam. É uma satisfação muito grande ver que já 17 caminhões foram barrados impedindo que madeiras fossem comercializadas lesando os cofres públicos e prejudicando nossas florestas”, comentou. O que falta ainda é o Sintap, conforme Dias, solicitar que este recurso seja revertido para estruturar o trabalho do Indea nessa e em outras frentes como os laboratórios e a reciclagem dos servidores. Ainda esta semana ela vai enviar ofício a esse respeito.
Ela lembra ainda que é grata pelo comprometimento dos servidores com o trabalho. Nesta terceira turma o grupo foi composto por: Túlio Sevio de Aquino, Valdivino Leite Porfilho, Nelson Martins, Ronair Alves de Oliveira, Ivan José dos Santos e Roberto César de Assis Ribeiro. Já na quarta turma que está no local desde o último dia 21 e finaliza o trabalho dia 31 de agosto estão: Leonardo Cazoni de Castro, Marcos Antonio Couto de Campos, Douglas Dourado, Bráulio Garcia Guimarães, Joaquim Julião dos Santos e Elenirson Claudio da Cunha sob a coordenação do responsável pelo posto, Valmon Lucas Dida.