A vereadora Maysa Leão (Republicanos) é acusada de injúria, calúnia e difamação por parte de um vizinho de condominio. O registro policial foi feito pelo morador após discussão no elevador do prédio onde moram, no bairro Popular, em Cuiabá. A desavença ocorreu no dia 19 de setembro. Ouvida, a parlamentar afirma que as acusações são falsas.
No boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, o morador afirma ter questionado Maysa sobre o excesso de barulho no apartamento da parlamentar, no período noturno. Na ocasião, o condômino, acompanhado da esposa, ainda perguntou sobre a obra de mais de 90 dias no elevador de serviço do residencial e a convocação de assembleias gerais para discutir o aumento da taxa de condomínio, tendo em vista que o marido da parlamentar é sindico do prédio.
Por sua vez, Maysa respondeu que os ruídos se tratavam de pulos de seu filho que é autista e que seus vizinhos estariam sendo preconceituosos.
“Indagada no elevador no dia 19 de setembro de 2022, por volta das 10 horas da manhã, por mim e por minha esposa, apenas nós três em seu interior, e como cônjuge do atual síndico, sr. mateus, sobre -1. o barulho em seu apartamento após as 22h, -2. pela obra de mais de 90 dias no elevador de serviço, -3. e em face de assembléias gerais convocadas só para aumentar o condomínio - duas em três anos nos informou, apenas naquele momento, que se tratava de pulos que seu filho autista”, cita o documento.
No boletim, o vizinho alegou ainda que, ao deixar o elevador, a parlamentar alterou o tom de voz e disse que os moradores não o suportavam desde o período que foi sindico do prédio. Ademais, a parlamentar teria acusado de ser violento e agredir a esposa.
A cena teria sido presenciada pela servidora da limpeza e administradora do prédio. “Em alto e bom som, na presença da administradora e faxineira do prédio, que éramos preconceituosos com o seu filho, que eu, pessoalmente, era violento e que ninguém, me suportava no prédio desde do período de quatro anos em que fui sindico a meu juizo, muito determinado na aplicação do regimento do condomínio e encaminhamentos das decisões tomadas em frequentes assembleias gerais administrativas e o mais grave : que agredia minha esposa com a qual sou casado há 50 anos”, cita outro trecho.
Ao registrar a denúncia, o morador pediu que testemunhas sejam ouvidas sobre o caso e que Maysa seja investigada por fazer acusações sem provas.
“Peço às autoridades concernentes a averiguação dos fatos aqui relatados, e corroborar as acusações que faço de calúnia, injúria e difamação à senhora maysa leão, realizadas ainda durante sua gestão como sindíca e agora, concretamente, no dia 19 de setembro de 2022, consequência de todo este histórico, em especial a acusação de agredir a minha esposa, sem caracterizar e sem provas, num assunto tão sensível e caro na sociedade brasileira hoje”, finaliza.
Outro lado
Em relação registro de Boletim de Ocorrência contra a vereadora Maysa Leão, a parlamentar esclarece que:
1 - As informações fornecidas por Tomas de Aquino Silveira Boaventura, 72, não procedem e não ocorreram da forma como foi repassada por ele. Inclusive, as testemunhas arroladas pelo denunciante não confirmaram a versão dada por ele à Polícia Civil.
2 - Em relação ao dia do fato, a vereadora explica que o vizinho interfonou para o seu apartamento e a questionou sobre um barulho de “obra”, e Maysa relatou que o barulho vinha de outro apartamento.
Na sequência, Maysa entrou no elevador e acabou encontrando Tomas e sua esposa, que a questionaram sobre os barulhos que o filho dela, de 13 anos, que é autista estaria fazendo. A vizinha chegou a chamar a criança de doente, e afirmar que ele teria problema. Com isso, Maysa saiu em defesa do filho, mas em nenhum momento ofendeu ou agrediu os vizinhos físico ou verbalmente, e que a mesma é quem recebeu ameaças do tipo: “Isso não vai ficar assim”, Você vai se ver comigo”. Ela esclarece também, que o filho em nenhum momento fica sozinho e que tem o costume de dormir cedo.
3- Este morador já possui um histórico de desentendimentos no condomínio, tanto que a vereadora apresentou à polícia declarações de vizinhos, e de um ex-funcionário do prédio que foram verbalmente ofendidos por ele em outras ocasiões.
4 - Uma audiência de conciliação sobre o caso está marcada para o próximo dia 7 de dezembro.
5 - A vereadora afirma estar tranquila de que a verdade prevalecerá.