Circula pelo WhatsApp em Juara uma lista de empresas, comerciantes, prestadores de serviço e políticos considerados "esquerdistas" e que, assim sendo, deveriam ser boicotados pelos cidadãos de “direita”. O suposto boicote, além do prejuízo aos citados, levanta o medo de agressão e outras formas de retaliação.
A mensagem circula desde a noite de domingo, 30 de outubro, após o resultado das eleições em que Luís Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil, ele teve em Juara quase 24% dos votos válidos, enquanto o atual presidente Bolsonaro obteve mais de 76%.
Conforme uma pesquisa realizada por nossa reportagem, alguns nomes aparecem na lista como supostos eleitores do petista, porém na prática muitos votaram em Bolsonaro. Existe a suspeita de que alguns empresários estão utilizando a lista para tentar prejudicar seus concorrentes.
A direção da Câmara dos Dirigentes Logístas de Juara se pronunciou por meio de uma nota oficial:
"A CDL em Juara em nome de toda sua diretoria vem ratificar por meio desta nota, que com seus 18 anos de existência, jamais deixou de lutar pelo bem comum de toda a sociedade, seja por uma economia pujante, seja pelo bom funcionamento dos negócios dos empresários deste Estado ou pelo bem-estar do cidadão, garantindo lhe emprego e renda.
Diante do resultado das urnas, continuamos reafirmando esse nosso compromisso com a sociedade, além de nos comprometermos a continuar lutando em defesa da manutenção da democracia e da liberdade de expressão, importante conquista do povo brasileiro, garantida, através da Constituição Federal.
Uma listagem com nomes de várias empresas tem sido divulgada, com a seguinte chamada: "Comércios de Juara que apoiam a campanha de Lula e que não devemos comprar nada". São citados na lista lojas e prestadores de serviços.
Repudiamos veementemente os ataques feitos aos comerciantes, ou qualquer tipo de disseminação do ódio e ataques ao direito de pensar, escolher, de intolerância ou opressão a quem quer que seja.
Precisamos, neste momento, da valorização do Estado Democrático de Direito, para que a soberania popular continue a ser respeitada".