Criado há pouco mais de um ano, o UB é fruto da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL). Contudo, apesar da agremiação ter nascido recentemente, as conversas para a composição entre União e PP avançam nos bastidores.
Com raízes históricas dentro do grupo político, Júlio Campos é um dos que rechaça a ideia.
Nesta semana, ele voltou a repetir as insatisfações que carrega desde as conversas que antecederam a criação do União Brasil e afirma que não é o momento para tal composição. Para sustentar a tese, o ex-governador e agora deputado estadual eleito afirma que até o momento o partido sequer foi estruturado corretamente no estado e apenas existe por meio de uma Comissão Provisória.
“O União Brasil existe a nível nacional, mas a nível de Estado nós temos apenas uma Comissão Provisória que comandou as eleições estaduais de 2022 e extingue em dezembro. Até hoje nós não temos partido nos municípios. Falar agora em nova fusão, se nem organizamos o União Brasil? Vamos fazer uma fusão com o PP a troco de fazer bancada forte em Brasília? Isso cheira negociata de parlamentares que querem pressionar o futuro presidente, seja ele quem for”, disse durante entrevista ao Sem Moage.
As negociações para a junção das legendas começaram antes do primeiro turno das eleições deste ano. O tema era discutido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda.
Assim que a fusão for efetivada na Justiça Eleitoral, o novo partido terá a maior bancada do Congresso Nacional, com 106 deputados federais e 15 senadores. Serão 59 deputados e noves senadores do União Brasil, além de 47 deputados e seis senadores do PP.
Irmão de Júlio, Jayme Campos também não apresenta um posicionamento muito diferente sobre as negociatas e exige que as decisões partidárias não sejam impostas “goela abaixo”, assim como indicou ter ocorrido em um passado não muito distante.
O parlamentar, que é representante de Mato Grosso no Senado Federal, carrega a retórica de que a fusão que deu origem ao União Brasil ocorreu de forma trágica e sequer trouxe impacto positivos para a ampliação da bancada da legenda no Congresso Nacional.
“Essa fusão que houve lá atrás foi uma tragédia, muito ruim. Não houve um diálogo, um entendimento e deveria ter uma discussão bem mais ampla. O que se percebe foi que essa fusão foi em detrimento de interesses de alguns companheiros nosso do DEM”, argumenta Jayme.