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Eleições mostram fraqueza de Biden e Trump, e campanha presidencial de 2024 vira incógnita

'Midterms' ressaltaram a perda de espaço da extrema-direita republicana e a baixa popularidade do atual mandatário americano

Data: Quinta-feira, 10/11/2022 09:39
Fonte: Lucas Ferreira, do R7

Os resultados das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos ainda não saíram  totalmente, mas já apontam tendências entre o povo americano. Apesar de não participarem do pleito, tanto Donald Trump quando Joe Biden foram os grandes perdedores das "midterms".

Em entrevista ao R7, o professor de relações internacionais da ESPM-RS Roberto Uebel explicou que a extrema-direita republicana e o presidente dos Estados Unidos saem enfraquecidos das eleições. Ambos os lados não conseguiram puxar votos para os respectivos partidos, e criou-se, assim, uma incógnita de quem poderá concorrer à Presidência em 2024.

 “Trump foi o grande derrotado, porque a extrema-direita do Partido Republicano não teve muita voz. Ganharam uns republicanos mais moderados”, conta Uebel. “Acredito que o resultado deixa bem claro que Biden é um nome a ser descartado pelos democratas em 2024.”

O professor ressalta, porém, que o nome do atual e do ex-presidente dos Estados Unidos deve participar das prévias dos respectivos partidos.

“Em que pese tenha sido uma eleição de midterms atípica, os resultados mostram de novo, mais uma vez, quão dividida está a população americana. Isso existe desde a eleição de Trump, em 2016, o que mostra uma sociedade fragmentada, dividida e polarizada.”

O pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) Pedro da Costa Júnior enxergou as eleições de meio de mandato por uma ótica diferente, na qual o cientista político acredita que o ex-presidente republicano tenha saído forte do pleito.

“O que existe hoje é o Partido Republicano trampista. Trump assumiu o Partido Republicano desde que ele se tornou presidente e aniquilou o Partido Republicano clássico, de maneira que todos aqueles que se levantam contra Trump são atropelados”, conta Costa Júnior ao R7.

governador da Flórida, Ron DeSantis, que foi reeleito na última terça-feira, surgiu como um nome forte para as prévias republicanas. Entretanto, o pesquisador da USP acredita que Trump pode usar o próprio partido para manchar a imagem de outros candidatos.

“Trump vai voltar à cena, vai declarar a pré-candidatura, vai lutar para unificar o Partido Republicano no nome dele. Quem se levantar contra ele, Trump vai usar a máquina do Partido Republicano e a máquina dele, que passa pelo assassinato de reputações, por uma política muito violenta, para poder, dessa maneira, digamos, ser uma unanimidade.”