Polarização partidária do país tem acirrado os ânimos fora do campo político. Em alguns casos, o favoritismo em torno de determinada corrente tem incorrido em crimes, sobretudo quando se dá no ambiente de trabalho e de forma coercitiva.
Dados divulgados pelo Ministério Público do Trabalho mostram que 2.749 notificações de assédio eleitoral foram registradas neste ano. O número representa uma alta em relação aos períodos anteriores.
Tipificado como crime no Código Eleitoral, o assédio eleitoral se dá por meio da coação do empregador em direcionamento político voltado ao empregado. A prática envolve diversas camadas, desde a imposição de voto - direta ou indiretamente -, oferta de benefícios em prol de determinada figura política ou, por exemplo, ameaça de demissão.
Apesar das eleições já terem passado, empregados e empresários tem sido alvos de pressão para adeirem à manifestações políticas pelo país.
Uma comerciante de Mato Grosso, que não quis se identificar, relatou ao Gazeta Digitalque a estrada de acesso a sua propriedade estava fechada durante bloqueios e que foi pressionada a fechar as portas no protesto do dia 7 de novembro, quando estalebecimentos não abriram ao público. A medida simbolizava o descontentamento com o presidente eleito. Ela ainda contou que os "líderes" insistiram para que fonecesse suprimentos aos militantes nos bloqueios.
Neste cenário de alta na coerção eleitoral no ambiente de trabalho, a reportagem do Gazeta digital lista 4 canais de denúncias para que trabalhadores denunciarem assédio político no serviço. Vale lembrar que a pressão vale para todos os candidatos, de todos os partidos. Se sentiu coagidom obrigado a participar de atos, de vestir determinada camisa, de informar seu voto? Recorra a estes meios.
Pardal
Pardal é um aplicativo gratuito disponível nas principais lojas virtuais. Gerenciada pela Justiça Eleitoral, a ferramenta permite o envio de denúncias com indicativo de práticas indevidas.
Melhora no aplicativo feita neste ano facilitou a integração das denúncias registradas na ferramenta com a o Processo Judicial Eletrônico (PJE), o que garante a geração de estatísticas das denúncias.
CUT
Central Única dos Trabalhadores (CUT) abriu espaço em seu portal para recebimento de denúncias de assédio eleitoral. No texto de introdução, a organização sindical cita a disputa o aumento das pressões sobre os trabalhadores diante da disputa presidencial.
Para realizar a denúncia na plataforma, o denunciante deve alocar 6 informações básicas quanto à localidade e à empresa. O portal permite também que a denúncia seja feita de forma anônima.
MPT
Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT) oferece canal de denúncias por meio do plantão (65) 3313-9599. Além disso, página da instituição também permite o envio de denúncias (peticionamento.prt23.mpt.mp.br/denuncia).
OAB
Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB) oferece canal de denúncias de assédio eleitoral por meio do aplicativo Cidadão Fiscal, lançado em agosto deste ano.
A plataforma está disponível nas principais lojas virtuais de forma gratuita.