O Brasil celebra, no dia 15 de novembro, o advento da República. A Proclamação não foi um fato isolado no contexto da consolidação de nossa autonomia, e o Exército Brasileiro esteve presente em todos os acontecimentos mais significativos desse processo.
Desde Guararapes, o soldado marcou seu nome na história, atuando em defesa da terra e da liberdade de seu povo e colaborando para o progresso e a construção da Nação. As ideias republicanas, por sua vez, já haviam aflorado junto aos ideais de independência, sendo cogitadas, inclusive, em alguns movimentos nativistas como a Inconfidência Mineira (1789) e a Revolução Pernambucana (1817).
Após a libertação do jugo colonial em 1822, ocorreram diversas e intensas lutas pela preservação de nossa integridade territorial. No último quartel do século XIX, os atritos do governo com o Exército e com a Igreja, a questão da escravatura e as transformações socioeconômicas trouxeram, em seu bojo, ideais de reformas, ampliando as tensões e os antagonismos. Além disso, após a campanha vitoriosa na Guerra da Tríplice Aliança, observou-se a indiferença da monarquia com os feitos heroicos dos militares, ocasionando o distanciamento das lideranças da caserna e a inevitável aproximação com a agenda positivista, que defendia a República como forma de governo.
Tendo como modelo a atuação do nosso patrono, o Duque de Caxias, que dedicou sua vida a pacificar e unificar a Pátria, o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca foi o líder do processo de rompimento efetivo com o sistema monárquico de governo. Na manhã de 15 de novembro de 1889, Deodoro, então presidente do Clube Militar, colocou-se à frente das tropas da guarnição do Rio de Janeiro e depôs o Gabinete Ouro Preto sem o uso da força. O Brasil acordou monarquista e foi dormir republicano. Jamais houve na história do País uma ruptura política tão inesperada.
O Marechal emprestou sua autoridade e liderança ao movimento que culminou com a Proclamação da República no Brasil. A integridade de seu caráter, a confiança que inspirava em seus irmãos de arma e, sobretudo, a extensa folha de serviços prestados ao Brasil, na paz e na guerra, o credenciaram a assumir tão grande responsabilidade perante a Nação. Por intermédio de Deodoro, falaram os inconfidentes mineiros e baianos, os libertários pernambucanos de 1817 e 1824, os rio-grandenses farroupilhas, os civilistas de São Paulo, os clubes republicanos brasileiros, os abolicionistas e o povo reunido no Campo de Santana, no Rio de Janeiro. Nesse contexto, o Decreto de número 1 nomeou-o primeiro presidente da nascente República do Brasil.
A servidão dos Soldados de Caxias à liberdade, à independência e ao desenvolvimento de nosso País permanece nos dias atuais e consolida-se na nobre missão de defesa da Pátria e da garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem.
Ao comemorarmos a Proclamação da República, exaltamos o papel do Exército Brasileiro, componente essencial do futuro esplendoroso da nossa Nação, que soube interpretar os anseios do povo ao qual serve.
Deus abençoe a República, o Exército Brasileiro e o nosso amado Brasil!
Salve o 15 de novembro! Viva a República do Brasil!