O excesso de chuvas em importantes áreas produtoras de soja em Mato Grosso já tem causado perdas irreversíevis na safra de soja, além de estar atrasando e comprometendo o avanço da colheita no estado. As cidades mais ao centro-norte do estado sao as que mais têm sofrido. Ha áreas em que os produtores optaram por iniciar o plantio da safrina de milho sobre a soja ardida, como mostram as imagens a seguir da região de Sinop.
Até o último dia 9 de fevereiro, em torno de 28,63% da área semeada nesta temporada, de mais de 9 milhões de hectares, havia sido colhida. As informações fazem parte do levantamento semanal do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
O índice representa um atraso de 17,16% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando em torno de 45,79% já havia sido colhida. Por enquanto, a região Médio-Norte lidera a colheita, com 42,97% da área já colhida, seguida da região Oeste, com 39,10% da área colhida.
Na região de Tapurah, as perdas nas lavouras de soja ocasionadas pelo excesso de umidade são consolidadas. Porém, ainda não é possível quantificar os prejuízos aos produtores, uma vez que cerca de 30% da safra precisa ser colhida na região.
"Tivemos duas semanas com chuvas contínuas, cenário que atrasou a colheita. Além disso, temos problemas com grãos avariados e filas nas traders e nos armazéns na localidade", explica Silvésio de Oliveira, produtor rural de Tapurah.
E, por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam a continuidade das chuvas, o que se confirmado, pode agravar as perdas na produção. Diante desse quadro, a perspectiva é que a produtividade média fique ao redor de 55 sacas de soja por hectare, mesmo rendimento observado no ciclo anterior.
"Tínhamos uma perspectiva de uma safra muito boa nesta temporada devido ao clima favorável ao longo do desenvolvimento da cultura. Mas tivemos uma frustração agora com o excesso de chuvas", reforça o produtor.
Na região de Ipiranga do Norte, assim como as chuvas em excesso, os problemas na colheita também se mostram pontuais até esse momento. Segundo Valcir Gheno, presidente do Sindicato Rural do município, os trabalhos de campo estão um pouco atrasados nesse momento em função das adversidades climáticas, mas não em situação generalizada que preocupe e possa ameaçar o potencial da safra.
Há ainda, também como relata Gheno, produtores que sofrem com a soja ardida diante do excesso de umidade, mas em áreas pontuais.
Em contrapartida, na região de Brasnorte os trabalhos de campo transcorrem dentro do calendário, já que ainda não foi registrado um período de chuvas inimterruptas. "Esse tem sido um ano bom para a colheita" diz Aldo Rezende Junior, presidente do Sindicato Rural local.
Segundo Junior, as primeiras áreas colhidas chegaram a marcar médias de produtividade superiores a 60 sacas por hectare.
Previsão do Tempo
A boa notícia chega com as previsões climáticas atualizadas mostrando que as chuvas no Centro-Oeste deverão ser mais amenas nestes próximos dias, com acumulados mais timidos em relação aos observados na semna passada.
De acordo com dados do Inmet, os acumulados desta terça-feira (13) ficaram entre 36,4 mm e 11,2 mm, ou seja, bem menores do que os mais de 100 mm registrados no final de semana e início desta semana.
(Carla Mendes e Fernanda Custódio - Notícias Agrícolas)