A Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso informou, nesta segunda-feira (21), que prendeu 14 pessoas envolvidas nas manifestações realizadas no fim de semana e apreendeu armas e celulares, que devem ser periciados para ajudar a identificar quem organiza e financia os atos que, conforme o superintende Francisco Élcio Lucena, têm se tornado mais violentos nos últimos dias.
“São pessoas que estão agressivas e cometendo crimes. Nós não vamos admitir. Faremos de tudo para prendê-las e encaminhá-las às autoridades competentes”, disse em entrevista.
Nesta segunda-feira, a polícia atua em 16 pontos de interdições totais e parciais nas rodovias federais que cortam Mato Grosso.
A PRF informou que a tropa de choque da corporação atuou em 44 bloqueios. As informações levantadas durante as ações devem integrar um relatório para identificar as pessoas envolvidas nas manifestações. O mesmo, segundo o Lucena, deve ser feito pela Polícia Militar e por outras forças de segurança.
“O governo fez um compromisso conosco e haverá recursos financeiros e de esquipe. Ou seja, todos as medidas já foram disponibilizados para esse enfrentamento. A PRF, com as forças de segurança, tem o dever de manter a ordem e restabelecer o direito de ir e vir das pessoas”, assegurou.
Neste domingo (20), o Governo do Estado de Mato Grosso informou que a tropa de choque da Polícia Militar já foi acionada para auxiliar a PRF para restabelecer a ordem e desobstruir as rodovias. Os serviços de inteligência das Forças de Segurança também atuam.
“Foi montado um planejamento estratégico, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, para atuar com a PRF e conter qualquer ação criminosa de vândalos nas rodovias do Estado”, informou, ressaltando o respeito ao livre direito de manifestação, desde que seja exercido com respeito às leis e ao direito de ir e vir de todos.
A nota do estado foi publicada depois que um posto de atendimento da Concessionária Rota do Oeste, na BR-163, em Nova Mutum, foi alvo de uma ação criminosa em que tiros foram disparados contra veículos da empresa e uma ambulância e um guincho foram incendiados. Funcionários também foram rendidos. As câmeras de segurança registraram todo o atentado.
A polícia investiga se há ligação entre o crime e a presença de manifestantes nas proximidades.
Também no domingo, estudantes precisam andaram mais de 5 km para conseguir fazer a segunda etapa da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Eles são de Bom Jesus do Araguaia, a 983 km de Cuiabá, e estavam em um ônibus que seguia para Querência (MT).
Segundo os estudantes, os manifestantes estavam armados e colocaram postes no meio da pista para que ninguém conseguisse passar. Depois de muita insistência, conforme relataram, os estudantes convenceram os manifestantes a permitiram que eles passassem pelo bloqueio a pé.