Policiais civis e servidores das delegacias de Cáceres (225 km ao Oeste de Cuiabá), presos na Operação Efialtes, trocavam a droga apreendida em ações da cidade por areia, gesso e isopor. Entre os presos estão 5 policiais civis e funcionários da delegacia, entre elas, uma mulher que atuava na limpeza da delegacia.
Conforme a Polícia Civil, o esquema foi descoberto no dia 19 de abril, quando estava programada a incineração de drogas na cidade. Na hora, perceberam que o lacre das embalagens estava violado. Perícia foi acionada e na análise, descobriram que todos os lacres e embalagens foram violados.
No lugar da droga, os suspeitos colocaram tabletes de isopor, gesso e areia. Os suspeitos utilizavam o formato semelhante e a mesma cor de embalagem. Se a droga estava embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituir era da mesma cor.
Além dos 5 policiais civis, a reportagem apurou que uma mulher de 51 anos, que atua nos serviços gerais de faxina no Cisc, está entre os alvos. A quadrilha atuava em 3 grupos, sendo o primeiro dos policiais e auxiliares – responsáveis pela substituição e furto das drogas apreendidas; o segundo era composto pelos traficantes, que compravam a droga e faziam o transporte; o terceiro e último era formado pelos laranjas, que lavavam dinheiro.
O corregedor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso, Jesset Arilson Munhoz de Lima, destacou a importância da operação que desarticulou um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. “A operação demonstra caráter republicano da Polícia Civil de garantir a integridade pública da instituição, investigando e responsabilizando seus integrantes, bem como verticalizando as investigações para desarticular uma organização criminosa interestadual, resultando na prisão de traficantes e dos responsáveis pela lavagem de dinheiro nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Piauí e Tocantins”.
Na operação são cumpridos 39 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensões, quatro ordens de suspensão de atividades econômicas de empresas utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro, além do bloqueio de valores no montante de R$ 25 milhões, sequestro de 14 veículos e quatro imóveis e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.