Uma espécie de tarântula aprendeu a adotar pequenas espécies de rãs como "pet", para proteger os ovos e larvas durante o período de crescimento. Em troca de proteção, a rã devora qualquer inseto que poderia jantar os ovos em alguns segundos.
A amizade estranha chamou a atenção dos cientistas, porque os anfíbios são pequenos e desenvolveram uma relação com aracnídeos que poderiam facilmente devorá-los.
Segundo os cientistas, as aranhas os mantém próximos para que eles comam insetos, principalmente formigas, que poderiam se alimentar ovos dela, em troca de proteção entre praticamente todos os aracnídeos.
A desconfiança da estranha amizade começou no final da década de 80. A dupla de cientistas Reginald Cocroft e Keith Hambler (PDF), da Universidade do Missouri, observou que tarântulas da espécie Xenesthis immanis, comum principalmente nas florestas da Colômbia e Peru, agarravam os pequenos anfíbios da família Microhylidae, e logo depois os soltavam ilesos.
Inicialmente, os pesquisadores pensaram que as toxinas presentes no corpo desses anfíbios eram as responsáveis por eles escaparem com vida, mas algum tempo extra analisando as espécies revelou uma relação de mutualismo entre a dupla.
Os Microhylids são especializados em comer formigas, justamente a maior ameaça aos ovos e à própria tarântula. Além disso, as rãs devoram as formigas e insetos que se aproximam das carcaças das presas dos aracnídeos. Ganha-ganha!
Uma relação similar foi observada na costa da Índia,em 2008. A tarântula Poecilotheria, considerada "grande e agressiva", foi vista várias saindo do ninho que faz em árvores com pequenas rãs, que os cientistas não conseguiram identificar. A suspeita é que a mesma relação foi desenvolvida entre as duas espécies.
A cooperação entre ambos é considerado um caso complexo de mutualismo, onde duas espécies diferentes agem em conjunto beneficiando ambos na natureza.