A economia brasileira encolheu 1,46% no quarto trimestre de 2022, na comparação com os três meses anteriores. A perda de ritmo, no entanto, foi insuficiente para reverter o crescimento de 2,9% da atividade econômica em 2022.
Os números foram apresentados nesta quinta-feira (16) pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), conhecido por sinalizar o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto). O dado oficial será revelado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no próximo dia 2 de março.
Com o resultado negativo apurado ao final do ano passado, o indicador que estima a soma de todos bens e serviços finais produzidos no Brasil fechou 2022 aos 142,95 pontos na série dessazonalizada (livre de influências).
No mês de dezembro, o IBC-Br mostra que a atividade econômica interrompeu a série de quatro baixas mensais consecutivas e avançou 0,29%. No início da sequência negativa, a atividade econômica operava aos 146,62 pontos.
A perda de fôlego da atividade econômica já era esperada por analistas devido ao elevado patamar da taxa básica de juros. A manutenção da Selic em 13,75% ao ano, o maior nível desde 2017, representa uma política monetária contracionista na tentativa de conter a inflação.
O cenário adverso para a economia é justificado pelo fato de que os juros mais altos encarecem o crédito, desestimula o consumo da população e abrem novas opções de investimento pelas famílias e empresas.
O crescimento apurado pelo BC também vai em linha com as projeções do mercado financeiro e instituições internacionais. O FMI (Fundo Monetário Internacional) avalia que a economia nacional cresceu 3,1% em 2022, mas avalia que o não deve superar 1,5% neste ano nem em 2024.
Os dados do IBC-Br são coletados de uma base similar à do IBGE, órgão responsável pelo indicador oficial sobre o crescimento econômico, que será divulgado na primeira semana de março. No terceiro trimestre, quando a economia brasileira avançou 0,4%, a prévia do BC sinalizou alta de 1,36% no mesmo período.