Imprevisível.
Essa é a análise de jornalistas espanhóis depois da fundamental audiência que aconteceu hoje, em Barcelona.
Três magistrados ouviram por uma hora e meia os argumentos do advogado de Daniel Alves, Cristobal Martell, e os da advogada da mulher de 23 anos, que garante ter sido estuprada pelo jogador.
Martell pediu o fim da prisão preventiva do atleta, que está atrás das grades desde o dia 20 de janeiro, quando a acusação foi formulada e ele foi dar seu depoimento.
A alegação foi que o milionário jogador tem duas empresas em Barcelona, o que caracterizaria seu vínculo com a Espanha, e que não teria motivos para aguardar o julgamento definitivo no país europeu.
Até porque se oferece para usar pulseira eletrônica, além de entregar seus passaportes às autoridades. Ele tem dupla nacionalidade: brasileira e espanhola. E se dispôs a comparecer semanalmente em um tribunal, para provar estar no país.
Martell insistiu também na inocência do jogador.
A advogada da suposta vítima, Ester Garcia, foi quem mais demorou para expor seus argumentos sobre a discordância do fim da liberdade provisória.
Ela mostrou um levantamento que provaria que o jogador tem 15 empresas no Brasil. Portanto, é muito rico. Fora toda a sua vida como atleta de clubes importantíssimos, como Barcelona, Paris Saint-Germain, Juventus, São Paulo, que o pagará, até janeiro de 2027, R$ 400 mil mensais.
Ester garantiu que, com todo esse dinheiro, Daniel Alves não teria a menor dificuldade em, mesmo sem passaporte, ou até, segundo ela, "com um documento falso", alugar um jato particular e vir para o Brasil.
Aqui, ele se beneficiaria do fato de o país não fazer extradição de seus cidadãos por crimes no exterior.
O maior exemplo é Robinho, condenado a nove anos de prisão na Itália, por estupro coletivo, e que desfruta liberdade no país.
Ester voltou a lembrar a gravidade do caso. E que, de acordo com ela, há todas as evidências de que Daniel Alves teria cometido o estupro, é um criminoso e não deveria ser solto. Até como exemplo para o país, que mudou sua legislação em outubro de 2022, que deixou muito mais rígida a punição para casos de estupro.
Três juízes se reuniram depois do que ouviram em Barcelona nesta manhã.
E a qualquer momento podem dar sua decisão.
Se o brasileiro aguardará seu julgamento em liberdade ou continuará preso.
O resultado, de acordo com jornalistas espanhóis, é completamente imprevisível.
Se for pela liberdade, ele poderá sair imediatamente, ainda hoje.
Se eles entenderem haver risco de fuga, Daniel ficará preso até o julgamento, que poderá condená-lo a até 12 anos de prisão.
Os dois advogados tentaram demonstrar confiança, após a audiência.
A resposta definitiva deverá ser divulgada nas próximas horas...