A taxa de desemprego fechou o ano de 2022 em 9,3%. É o menor valor desde 2015. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na manhã desta terça-feira (28).
No último trimestre do ano passado, a taxa foi de 7,9%. O número teve recuo de 0,8 p.p. (pontos percentuais) em relação aos três meses anteriores, entre julho e setembro.
Dessa forma, o desemprego se recupera do tombo causado pela pandemia, com início em março de 2020. Naquele ano, o indicador foi a 14,2%.
“O ano de 2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a consolidação do processo de recuperação”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em relação a 2021, o contingente médio anual da população ocupada cresceu 7,4%. Isso representa incremento de 6,7 milhões de pessoas no mercado de trabalho. No total, são 98 milhões de brasileiros em postos de trabalho.
“Em dois anos, a desocupação do mercado de trabalho recuou 4,5 p.p.", calcula Beringuy. Apesar da reabilitação frente aos últimos anos, a taxa de desocupação ainda se encontra 2,4 p.p. acima do menor nível da série, em 2014, de 6,9%.
O número de trabalhadores sem carteira de trabalho bateu o recorde da série histórica e alcançou 14,9%. De 2021 para 2022, o indicador foi de 11,2 milhões para 12,9 milhões de pessoas.
Esse movimento ocorre apesar do nível de emprego com CLT também ter subido no ano passado. O índice subiu 9,2% e chegou a 35,9 milhões de pessoas.
“Nos últimos dois anos, é possível visualizar um crescimento tanto do emprego com carteira quanto do emprego sem carteira. Porém, é nítido que o ritmo de crescimento é maior entre os sem carteira assinada”, explica Adriana Beringuy.
Além disso, a taxa de informalidade foi de 38,8% entre a população ocupada, o equivalente a 38,6 milhões de informais. No trimestre de julho a setembro, a taxa havia sido 39,4% e, no mesmo trimestre de 2021, 40,7%.
No ano passado, os desalentados somavam 4 milhões. No geral, são as pessoas que não procuraram emprego por não acreditarem que conseguiriam.
Já a taxa de subutilização, que calcula o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial, ficou em 18,5%.