Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (União), sugeriu que motoristas parem de pagar pedágio e "rompam cancela" das praças de pedágio da BR-163, que ficou conhecida como “rodovia da morte” por conta da grande quantidade de acidentes.
Com tom de voz alterado e expressão fechada, Botelho se apresentou indignado ao ser questionado sobre a cobrança de taxas realizadas na estrada, que bate recorde de acidente nos Estado devido ao descumprimento de contrato e falta de investimentos por parte da concessionária Odebrech.
“Rompe a cancela. Alguma coisa tem que ser feita. Não dá pra ficar assim”, desabafou o deputado durante entrevista no Salão Negro do Parlamento Estadual, antes da sessão plenária desta quarta-feira (1º).
O governo de Mato Grosso comprou as cotas de participação da Odebrecht Transport por meio da MT Participações e Projetos (MTPar) e atualmente aguarda a definição de uma instituição financeira, credora da concessionária, para assumir definitivamente o trecho que liga Cuiabá e Sinop.
A falta de resposta tem atrasado os planos da Secretaria de Infraestrtura (Sinfra) para iniciar a duplicação dos trechos mais críticos da via. A proposta apresentada pelo Executivo estadual prevê aporte de R$ 1,2 bilhão para conclusão das obras da BR 163. Deste valor, R$ 300 milhões estão no caixa da MT PAR, enquanto o restante será repassado conforme previsão orçamentária.
Por sua vez, Botelho foi enfático ao afirmar que o contribuinte não aguenta mais pagar impostos enquanto trafega em um trecho considerado perigoso e com condições precárias.
“Chega! Chega! Não dá mais pra gente continuar pagando e não se faz nada. To propondo que pare de pagar. Se ele [governador] não achar a solução, pare de pagar. Não dá pra você ficar pagando 10, 15 anos e nada se faz. [..] Eu acho que o povo tem que começar também a ter vergonha, né. Não dá pra ficar sendo explorado aí o tempo todo. Essa é a minha posição”, finalizou.