O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, disse que “da forma que querem implantar”, é contra a instalação de câmeras de vigilância em fardas de policiais militares. A declaração foi dada nesta segunda-feira (6), no programa Tribuna, da Rádio Vila Real.

“Não estou dizendo que sou contra câmera, não estou dizendo. Mas da forma que querem plantar, eu sou contra isso”, disse o coronel da PM.

O projeto que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de câmeras de vigilância em uniformes policiais e outras autoridades é de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD) e tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

O parlamentar, inclusive, junto a uma comitiva da AL, estará em São Paulo na próxima semana para observar de perto como o sistema de câmera é utilizado pela polícia paulista.

Na entrevista desta segunda, o comandante disse que, também durante uma entrevista concedida na última semana, confessou que “não conhecia o projeto [das câmeras]” e, quando diante da proposta, ficou com “bastante dúvida [sobre] qual [era] a propositura do nobre deputado”.

"Então eu questionei: Se o motivo de colocar a câmera policial é para fiscalizar o trabalho do policial, eu vou pedir para o deputado estender para outras categorias que lidam com pessoas”, disse.

Segundo Mendes, ele não pode aceitar que somente policiais militares deva ser “vigiado” 24 horas por dia. “Então vamos colocar dentro do presídio, nas celas dos presos. Vamos colocar também em outras categorias que lidam com pessoas servidores públicos”, sugeriu.

Em outro trecho da entrevista, o chefe da PM questionou se o familiar de um preso aceitaria colocar uma câmera dentro de uma cela. “Será que eles aceitam para saber se eles estão utilizando telefone lá dentro, se estão utilizando drogas?".

Ao fim da entrevista, Mendes revelou que, pela primeira vez, na última quinta-feira (2) teve um encontro com uma comissão de técnicos da Assembleia Legislativa para tratar do tema. A reunião foi realizada no comando-geral da Polícia Militar.

Ele disse que os servidores foram ouvir da instituição o que ela tinha de informação para passar ao grupo. À comissão, o comandante respondeu que a PM tinha um estudo monográfico também de uma comissão e que poderia fornecê-los.