A Eletrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 479 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o resultado positivo em R$ 610 milhões observado no mesmo período de 2021. Com o resultado negativo, a empresa fechou o ano passado com um lucro líquido de R$ 3,63 bilhões, queda de 36% ante o resultado do ano anterior.
Segundo a elétrica, o desempenho da última linha do balanço foi impactado principalmente pela contabilização de R$ 1,26 bilhão referentes ao PDV (Plano de Demissão Voluntária) do ano passado, além de uma provisão de recebíveis da distribuidora Amazonas Energia, no montante de R$ 2,52 bilhões. Também houve piora do resultado financeiro em R$ 946 milhões.
Já o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 1,42 bilhão de outubro a dezembro de 2022, valor 30% menor em relação a igual período do ano anterior. Além da provisão por crédito de liquidação duvidosa, também houve redução da receita de Transmissão e aumento dos custos com pessoal, material e serviços, disse a Eletrobras.
No acumulado de 2022, o Ebitda da companhia somou R$ 11,4 bilhões, recuo de 18% no comparativo anual. Em nota, a elétrica afirmou que seu Escritório de Transformação, lançado em setembro, teve importantes avanços em suas 40 iniciativas estruturantes, contabilizando mais de 700 marcos de entregas relevantes.
"Como exemplos de iniciativas podemos citar o PDV, que teve cerca de 2.500 aposentados inscritos; a definição da nova estrutura organizacional de topo da companhia; e a conversão das empresas do grupo em subsidiárias integrais, trazendo maior eficiência", disse o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, em nota.
Já a diretora Financeira e de Relações com Investidores, Elvira Presta, ressaltou a iniciativa que possibilitou a redução de R$ 1,3 bilhão na provisão de empréstimos compulsórios, além de deságio de R$ 563 milhões com acordos judiciais.
"Como empresa privada, a Eletrobras passou a ter flexibilidade para negociar acordos, gerando benefícios pela redução não apenas do valor provisionado, mas também pela menor exposição à atualização monetária e pela redução de riscos possíveis e remotos", explicou Presta.