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Justiça autoriza o PM acusado de matar Leandro Lo a receber salário

Agente, que está preso na penitenciária militar, atirou contra o campeão mundial de jiu-jítsu durante uma briga em um show

Data: Terça-feira, 21/03/2023 09:02
Fonte: Letícia Assis, da Agência Record

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) concedeu pedido da defesa do policial Henrique Otavio Oliveira, acusado de ter matado o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, e autorizou o retorno do pagamento do salário do agente.

O tenente da Polícia Militar se envolveu em uma briga com o campeão mundial de jiu-jítsu em um clube na zona sul de São Paulo, em 7 de agosto de 2022, e atirou contra ele.

O pedido da defesa, representada pelos advogados Cláudio Dalledone e Tiago Binati, também solicitou o pagamento dos salários não pagos ao policial desde a sua suspensão, dias após o crime.

No dia 10 de agosto do ano passado, o Governo de São Paulo publicou uma portaria do Comando Geral da PM no Diário Oficial do estado daquele dia e suspendeu o pagamento do salário do militar.

Em nota, Dalledone informou que aguarda o cumprimento da decisão por parte do estado. A Justiça estabeleceu um prazo de cinco dias para o pagamento.

Relembre o caso.

campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Pereira do Nascimento Lo foi baleado na cabeça durante uma briga em um show no Esporte Clube Sírio, no bairro Planalto Paulista, na zona sul de São Paulo, na madrugada do domingo 7 de agosto. Horas depois, ele teve a morte cerebral confirmada. A reconstituição do crime está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (31).

A reconstituição é um procedimento investigatório que se baseia nos relatos das testemunhas que estavam no local e presenciaram o crime. Além disso, tem como objetivo ouvir ainda o próprio acusado, no caso o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que confessou ter efetuado o disparo que tirou a vida do lutador.

Conforme testemunhas, o agente foi à mesa de Leandro Lo após uma discussão. O policial teria pegado uma garrafa, enquanto o lutador se levantou, tirou o objeto da mão do agente e, num golpe de luta, o derrubou e o imobilizou. Nesse momento, colegas da vítima separaram os dois e tentaram encerrar a briga. O agente, minutos depois, deu uma volta na mesa e, diante do lutador, sacou uma arma e efetuou o disparo, que atingiu a região frontal da cabeça de Leandro .

O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de ter matado Leandro Loidealizou um projeto da corporação, em 2019, chamado Segunda Força, que tinha como objetivo ensinar artes marciais a mulheres para que pudessem se defender em episódios de violência doméstica.

Em uma entrevista divulgada nas redes sociais da Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo, a Defenda PM, no dia 9 de dezembro de 2019, Henrique afirma que pratica artes marciais desde criança e idealizou o projeto, principalmente, para ensinar técnicas de defesa pessoal às mulheres.

O adeus ao atleta ocorreu sob forte comoção de parentes, amigos e fãs que acompanhavam a carreira de Leandro Lo. Alguns dos presentes, praticantes de artes marciais, usaram quimonos de várias cores e que representavam diversas academias. Foi uma forma combinada entre eles de prestar a última homenagem ao lutador.