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Exame de sangue é capaz de saber se você sofre de transtorno de ansiedade e até em qual grau

Ainda experimental, teste envolve análises de biomarcadores e pode até indicar os melhores tratamentos

Data: Quinta-feira, 23/03/2023 08:46
Fonte: Do R7

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Indiana (EUA) desenvolveram um exame que permite diagnosticar a ansiedade. O teste, feito por meio da coleta de sangue, examina biomarcadores capazes de identificar o risco de alguém desenvolver ansiedade, a gravidade do quadro atual e quais as melhores abordagens terapêuticas para o tratamento.

O estudo foi publicado na terça-feira (7), no periódico científico Molecular Psychiatry.

“Muitas pessoas sofrem de ansiedade, que pode ser incapacitante e interferir na vida diária”, disse em comunicado o professor de psiquiatria Alexander Niculescu, autor do estudo.

Ele alega que a abordagem atual é a análise clínica, que direciona ao receituário medicamentoso. Porém, alguns fármacos podem gerar dependência e originar outros problemas.

"Queríamos ver se nossa abordagem para identificar biomarcadores sanguíneos poderia nos ajudar a associar as pessoas aos medicamentos existentes que funcionariam melhor e talvez fossem uma escolha não viciante”, completa.

Anteriormente, Niculescu foi o responsável por desenvolver exames de sangue para a detecção de dores, assim como de depressão, transtorno bipolar e transtorno de estresse pós-traumático, o último com métodos semelhantes para identificar a ansiedade.

O estudo foi realizado em três etapas, cada uma de forma independente: descoberta, validação e teste.

Os participantes fizeram coletas de sangue com intervalos entre três e seis meses, ou sempre que ocorresse uma nova internação psiquiátrica.

Ao examinar os biomarcadores de RNA no sangue, os pesquisadores puderam identificar o estado atual de ansiedade dos pacientes e tratá-los com medicamentos e nutracêuticos (alimentos e suplementos que possuem benefícios à saúde), para mostrar como as diversas opções poderiam ser eficazes, com base em sua biologia.

“Além dos medicamentos, existem outros métodos para tratar a ansiedade, como terapia cognitivo-comportamental ou mudanças no estilo de vida. Mas ter algo objetivo como este, em que podemos saber qual é o estado atual de alguém, bem como seu risco futuro e quais opções de tratamento correspondem ao seu perfil, é muito poderoso para ajudar as pessoas”, afirma o pesquisador.

Ele diz que, com a possibilidade de mudanças dos biomarcadores individuais, o teste permitiria avaliar o risco de uma pessoa desenvolver níveis mais altos de ansiedade no futuro, bem como outros fatores que podem afetar sua ansiedade, como alterações hormonais.

Niculescu afirma que sua descoberta poderá ajudar a evitar as consequências da ansiedade, que, muitas vezes, ocasiona ataques de pânico, que podem ser confundidos com ataques cardíacos, e encaminhar os pacientes para um tratamento mais adequado a cada perfil. 

O autor acredita que o novo teste possa ser combinado com os demais, também desenvolvidos por ele, para permitir uma visão mais abrangente do estado da saúde mental do paciente e de riscos, além de ter a possibilidade de usá-lo para desenvolver novos tratamentos para ansiedade mais direcionados a biomarcadores individuais.

Conheça sete alimentos que ajudam a reduzir a ansiedade.

A ideia de que somos o que comemos é perfeitamente aplicável à saúde mental. Uma dieta rica e variada tem potencial para influenciar positivamente no estado emocional. Em parte, isso se dá porque 95% da nossa serotonina — um importante neurotransmissor que age na regulação do humor, do sono, do apetite, entre outras funções — é produzida no intestino. A ciência estudou nos últimos anos propriedades de determinados alimentos que ajudam, por exemplo, a reduzir a ansiedade. Conheça alguns deles nas próximas imagens.

Camomila: o chá é um clássico e muito útil para quem deseja se acalmar. Acredita-se que o flavonoide apinegina, presente nesta flor, tenha propriedades semelhantes às de alguns medicamentos utilizados no controle da ansiedade. Além disso, é um antioxidante, reduzindo o estresse celular.

Peixes gordurosos: o ômega-3 encontrado em peixes como salmão, sardinha e truta fornece ao organismo dois ácidos graxos importantes — EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosa-hexaenoico) — para a regulação dos neurotransmissores. O consumo de peixes gordos três vezes por semana está associado a relatos de redução da ansiedade.

Cúrcuma: também conhecido como açafrão-da-terra, este condimento tem sido apontado como benéfico na redução da ansiedade e no controle do estresse oxidativo. Embora mais estudos ainda sejam necessários, um trabalho conduzido em 2015 mostrou benefícios do consumo deste tempero na redução da ansiedade em indivíduos obesos,

Chá verde: contém um aminoácido chamado teanina, cujos estudos apontaram um efeito importante contra a ansiedade e também na produção dos neurotransmissores serotonina e dopamina. Cientistas concluíram, em 2017, que 200 mg de teanina melhoram o relaxamento e a sensação de calma. Apesar de ter menos cafeína do que uma xícara de café, por exemplo, recomenda-se o consumo moderado de chá verde por indivíduos que sofrem de ansiedade .

Chocolate amargo: o consumo moderado tem sido associado a uma série de efeitos positivos no organismo. Isto se dá devido aos efeitos dos flavonoides do cacau, que estão presentes em maior quantidade nesse tipo de chocolate. Ele possui alto teor de triptofano — aminoácido precursor da serotonina. Todavia, recomenda-se sempre que o teor de cacau seja acima de 70% e que não se consumam mais de 40 g por dia. O chocolate possui cafeína, que, em excesso, pode aumentar os níveis de ansiedade.

Ovo: é outro alimento rico em triptofano, que ajuda na produção da serotonina. Níveis adequados deste neurotransmissor resultam em melhor função cerebral, sensação de bem-estar, estabilidade de humor e do sono, além de menos ansiedade.

Iogurte: o consumo regular de fermentados de leite pode ser benéfico para a saúde mental. O iogurte possui dois tipos de bactérias boas (Lactobaccilus e Bifidobacterium), associadas a efeitos positivos na saúde do cérebro. Estudos recentes relacionam o iogurte a menores níveis de ansiedade social e melhora na percepção de felicidade.