O líder norte-coreano Kim Jong-un defendeu o aumento da produção de armamento e também a fabricação de armas mais potentes, anunciou a imprensa estatal. O apelo de Kim coincide com a chegada de um porta-aviões americano à Coreia do Sul nesta terça-feira (28)
Na foto, Kim, junto com militares, posa ao lado de uma suposta arma nuclear do arsenal de seu país.
Em uma reunião com integrantes do Instituto de Armamento Nuclear, o ditador da Coreia do Norte afirmou que o país deve preparar-se para usar seus mísseis "a qualquer momento e em qualquer lugar", informou a agência estatal de notícias KCNA. Kim pediu a "ampliação proativa da produção de materiais nucleares aptos para armamento com o objetivo de implementar o plano de aumentar exponencialmente os arsenais nucleares"
Na imagem, ditador norte-coreano conversa com militares de seu exército.
O líder norte-coreano também "estimulou a continuidade da produção de armas nucleares potentes", acrescentou a agência. Fotografias divulgadas pelo jornal oficial Rodong Sinmun mostram Kim, cercado por soldados, inspecionando uma fileira de supostas ogivas nucleares identificadas como "Hwasan-31", que significa 'vulcão em coreano'. Tais ogivas de cor verde podem ser montadas em diferentes tipos de mísseis, de acordo com as tabelas e diagramas observados nas paredes.
SÉTIMO TESTE NUCLEAR?
A Coreia do Norte se declarou no ano passado uma potência nuclear "irreversível" e Kim defendeu recentemente o aumento "exponencial na produção de armas, incluindo as de tipo nuclear tático. A imprensa estatal divulgou nesta terça-feira uma série de relatórios sobre a questão nuclear, um indício de que o país está preparando o sétimo teste nuclear de sua história, segundo analistas. "A Coreia do Norte revelou uma ogiva nuclear tática significativamente reduzida e muitos questionam se pode realmente explodir", disse Cheong Song-chang, pesquisador do Instituto Sejong. "Aumenta a possibilidade de que a Coreia do Norte execute seu sétimo teste nuclear com estas ogivas nucleares táticas", acrescentou à AFP.
Pyongyang anunciou uma série de testes de mísseis em resposta aos exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, o que é um fardo pesado para o país empobrecido. "A Coreia do Norte advertiu para uma resposta esmagadora a qualquer exercício militar conjunto, mas, pelo número de mísseis lançados, não pode continuar assim de maneira indefinida", disse à AFP Park Won-gon, professor da Universidade Ewha de Seul.
"Neste caso, o sétimo teste nuclear marcará uma espécie de fim, devem se declarar potência nuclear e voltarão a negociar com os Estados Unidos", prevê. Quando a Coreia do Norte tiver preparado "impecavelmente" seus sistemas de armas, "o inimigo nos temerá e não ousará provocar nossa soberania, nosso sistema e nosso povo", disse Kim, de acordo com a KCNA.
O isolado país comunista também tenta diversificar os sistemas de lançamento de armas nucleares e anunciou nesta terça-feira que executou um segundo teste do que chama de "drone de ataque nuclear submarino". O primeiro teste desta nova arma, um submarino sem tripulação, chamado Haeil (tsunami em coreano), cuja capacidade provoca dúvidas entre os analistas, aconteceu na semana passada em resposta às grandes manobras militares organizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos.
Pyongyang anunciou que o Haeil manobrou submerso por mais de 41 horas após um itinerário simulado de 600 quilômetros. O exército norte-coreano também executou disparos de testes na segunda-feira para simular um ataque nuclear, com mísseis balísticos táticos, afirmou a KCNA.