O aviso de Carlo Ancelotti de que vai cumprir seu contrato até junho de 2024 com o Real Madrid não mexeu com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Por um motivo muito simples: o seu modo de agir no futebol.
Três vezes presidente da Federação Baiana de Futebol, ele sempre foi considerado muito paciente, hábil para lidar com conflitos e estratégico.
Dessa maneira, articulou para se tornar presidente da CBF, tendo vencido muitos oponentes interessados no cargo.
Fez alianças, mas teve, principalmente, paciência.
Diante do desespero de alguns aliados com a postura do técnico italiano, a reação de Ednaldo foi de absoluta tranquilidade.
Ele quer um treinador para a seleção em julho, no mais tardar, agosto. As Eliminatórias só começarão em setembro.
Aos 69 anos, Ednaldo acredita que "muita coisa" irá mudar até o meio do ano.
Se o Real Madrid, que está indo bem demais na Champions, fracassar. E, se não vencer o Espanhol, a disputa com o Barcelona se mostra difícil, e a situação de Ancelotti pode mudar.
Há presidentes de federações ansiosos, sugerindo diversos "planos B".
Os estrangeiros que vivem no exterior são Jorge Jesus, "atropelando o Flamengo"', Luis Enrique, ex-seleção da Espanha, Mauricio Pochettino, ex-PSG, e Marcelo Gallardo, ex-River Plate.
Estrangeiro no Brasil, Abel Ferreira.
Brasileiro, Fernando Diniz.
Mas Ednaldo segue tranquilo, articulando.
Ele está usando todas as armas que um presidente da CBF tem para continuar com sua obsessão por Carlo Ancelotti.
Principalmente os jogadores que atuam na seleção e estão no Real Madrid.
Rodrygo e Vinícius Júnior não se cansam de falar quanto ele seria bem-vindo.
Assim como o empresário do técnico, Frank Trimboli.
A oferta é emprego até o fim da Copa de 2026.
Salário compatível com os grandes clubes do mundo.
E a possibilidade de continuar vivendo na Europa, como faz o treinador Lionel Scaloni, da Argentina. Ele mora na Espanha.
Portanto, Ednaldo não está assustado com a negativa de hoje de Ancelotti.
Calculista, ele vai esperar até o fim da temporada europeia.
Além de apostar na ansiedade constante por mudanças do presidente do Real Madrid, Florentino Perez, que prepara o ídolo Raúl, no Real Madrid Castilla, o Real Madrid B, para um dia assumir a equipe principal.
Apostando que "nada é definitivo no futebol", como repete constantemente aos presidentes de federações estaduais desde que começou 2023 e que a seleção não tem um técnico.
Só um alvo: Carlo Ancelotti...