A prévia da inflação oficial de preços perdeu ritmo e subiu 0,57% em abril, 0,12 ponto percentual abaixo da taxa de março (0,69%), de acordo com dados publicados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em abril de 2022, a taxa foi de 1,73%.
Com a menor variação para o mês desde 2020 (+0,02%), o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15) acumula alta de 4,16% nos últimos 12 meses e continua acima do teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Em abril, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. Mais uma vez a maior variação (1,44%) e o maior impacto no índice do mês (0,29 pontos percentuais) vieram dos Transportes, que haviam subido 1,50% em março.
Na sequência, vieram os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,04%) e Habitação (0,48%), que contribuíram com 0,14 e 0,07, respectivamente. Já Alimentação e bebidas (0,04%) desacelerou frente a março (0,20%). Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Comunicação e o 0,39% de Vestuário.
A alta do grupo Transportes foi puxada pelo aumento nos preços da gasolina (3,47%), que exerceu o maior impacto individual no IPCA-15 de abril (0,17). Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,10%), que já haviam subido 1,96% em março. Já óleo diesel (-2,73%) e gás veicular (-2,17%) recuaram, na contramão dos demais combustíveis (2,84%). Passagens aéreas tiveram alta de 11,96%, após a queda de 5,32% em março.
Além disso, a alta de ônibus urbano (0,94%) deve-se aos reajustes de 15,75% nas passagens em Fortaleza (14,17%), a partir de 19 de março, e de 9,09% em Curitiba (4,71%), a partir de 1º de março. No subitem metrô (0,16%), vale destacar o reajuste de 6,15% nas tarifas, aplicado a partir de 12 de abril no Rio de Janeiro (0,46%). Já a alta de 0,07% no subitem táxi é consequência da apropriação residual do reajuste de 11,54% nos preços em Belo Horizonte (0,65%), em vigor desde 13 de fevereiro.
Em Saúde e cuidados pessoais (1,04%), a maior contribuição veio dos produtos farmacêuticos (1,86%), após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. Os itens de higiene pessoal desaceleraram, indo de 2,36% em março para 0,35% em abril, influenciados pelos perfumes (-1,99%). Além disso, o item plano de saúde (1,20%) segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
No grupo Habitação (0,48%), o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 0,84%. As variações das áreas ficaram entre -1,36% em Porto Alegre e 7,18% no Rio de Janeiro, onde foram aplicados reajustes de 7,49% e 6,00% pelas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março. O grupo também foi influenciado pela aceleração em aluguel residencial (0,53%), que havia subido 0,15% em março.
A desaceleração de Alimentação e bebidas (de 0,20% em março para 0,04% em abril) deve-se à variação negativa da alimentação no domicílio (-0,15%). Destacam-se as quedas nos preços da batata-inglesa (-7,31%), da cebola (-5,64%), do óleo de soja (-4,75%) e das carnes (-1,34%). No lado das altas, o destaque foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 4,36% em abril.
A alimentação fora do domicílio passou de 0,68% em março para 0,55% em abril. O lanche desacelerou (de 1,02% em março para 0,82% em abril), enquanto a refeição (0,52%) registrou resultado próximo ao do mês anterior (0,50%).