Integrantes de mais de oito órgãos do governo federal estão na Terra Yanomami, em Roraima, após um ataque de garimpeiros que deixou dois indígenas baleados e um morto no último sábado (29). Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, o governo não vai ceder "um milímetro" no enfrentamento ao garimpo ilegal. O recado, segundo ele, foi enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Reafirmamos nossa disposição de política de pacificação, lamentamos a perda de vidas, as agressões aos que estão no hospital, mas também quero dizer algo muito claro, de muita energia: o Estado brasileiro não vai tolerar aqueles que, de forma criminosa, estão sendo recalcitrantes na decisão de deixar esse território dos povos indígenas. A palavra do presidente Lula é de que não vamos ceder um milímetro nesse enfrentamento aos que afrontam a autoridade legal", declarou.
O secretário falou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (1º), após uma reunião de emergência que envolveu representantes dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, Saúde, Povos Indígenas, Meio Ambiente, além de entidades como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A ação faz parte da resposta do governo federal ao ataque sofrido por indígenas na região. Três yanomamis foram baleados na tarde do último sábado (29) — um deles, um agente de saúde que atuava na comunidade, morreu no local. As outras duas vítimas foram socorridas no posto de saúde que funciona na própria reserva e, posteriormente, transferidas para o Hospital Geral de Roraima, onde estão internadas.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi ao hospital visitar os dois indígenas.
As ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, sobrevoaram a Terra Indígena Yanomami. "Vimos no sobrevoo que existem garimpos abandonados, mas outros, como indicam os dados do satélite, continuam ativos e serão desativados com ações de inteligência e ações integradas de todos os segmentos", afirmou Marina.
"Nossa preocupação é que tudo aconteça de forma pacífica, não estamos incentivando os conflitos, não queremos derramamento de sangue, por isso estamos aqui trazendo o Estado brasileiro", defendeu Sonia Guajajara.