Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) elevaram de 0,96% para 1% a expectativa de crescimento da economia nacional neste ano. A previsão mais positiva surge em linha com a projeção de que a balança comercial vai somar R$ 300 bilhões (US$ 60 bilhões) em 2023, ante R$ 288,5 bilhões (US$ 57,7 bilhões) estimados anteriormente.
A nova expectativa apresentada nesta segunda-feira (2) surge mesmo após a perda de fôlego do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país — registrada no último trimestre de 2022.
O recuo de 0,2% da atividade econômica no período, no entanto, não impediu o avanço de 2,9% do PIB no ano passado. Neste ano, a última prévia do BC indicou um crescimento de 3,3% da atividade econômica em fevereiro.
Segundo as projeções publicadas pelo BC, a economia também crescerá menor do que 2% nos próximos três anos. A alta estimada para o ano que vem foi mantida em 1,4%, enquanto para 2025 a estimativa subiu a 1,8%, o mesmo patamar projetado para 2026.
Recentemente, o BC virou alvo de pressão da equipe econômica do governo para reverter a atual condução da política monetária de forma a elevar o estímulo ao consumo. A avaliação leva em conta que a taxa básica de juros no maior patamar desde 2017 põe um freio na atividade econômica.
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Mesmo alvo das críticas, o Copom (Comitê de Política Monetária) afirma que "não hesitará" na tentativa de conter a inflação com a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classifica o atual nível dos juros como "preocupante".
A pressão também é evidenciada pelo setor produtivo. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o veredito pela manutenção da Selic no maior nível dos últimos seis anos é “equivocado” e “apenas traz custos adicionais para a atividade econômica”.