A enfermeira Bailey McBreen, de 24 anos, descobriu um câncer de cólon, também chamado de câncer colorretal, em estágio 3 (considerado avançado) após começar a arrotar até 10 vezes por dia.
Os arrotos começaram em 2021, mas ela não deu muita atenção ao sintoma. Em fevereiro do ano passado, ela também começou a ter refluxo ácido.
"O primeiro sinal de que algo estava errado – embora eu não soubesse na época – foi quando comecei a arrotar excessivamente. Eu arrotava de 5 a 10 vezes por dia. Isso não era normal para mim. Na verdade, raramente arrotei antes, e é por isso que notei como era estranho", disse Bailey, ao portal de notícias britânico NeedToKnow.
Os médicos acharam, no entanto, que o refluxo se tratava de um sintoma de ansiedade. Pouco tempo depois, ela descobriu que não era apenas isso.
Em janeiro de 2023, Bailey passou a sofrer com dores "excruciantes" no estômago, tinha dificuldades para ir ao banheiro e estava com pouco apetite. Como enfermeira, ela achava que estava apenas com uma obstrução intestinal.
"Nunca em um milhão de anos eu pensei que qualquer sintoma vago que eu tinha era, na verdade, câncer de cólon em estágio três", relatou a jovem.
Para Bailey, receber o diagnóstico foi "uma experiência fora do corpo. Eu senti como se estivesse sentado no canto da sala vendo a mim mesma. O tempo parecia ter diminuído e meu batimento cardíaco acelerado. Eu estava em completo estado de choque."
As primeiras palavras ditas pela enfermeira foram "não estou pronta para morrer".
Passado o susto, Bailey então relacionou os arrotos à doença. O seu tumor era transverso, ou seja, estava localizado em um nível mais alto do cólon, que atravessa a cavidade abdominal – está logo abaixo de outros órgãos. Por se tratar da parte mais longa e móvel do cólon, o tumor estava causando uma obstrução intestinal (no intestino grosso).
Ela também acredita que o câncer tenha sido responsável pelo início do seu quadro de DRGE (doença do refluxo gastroesofágico),
"DRGE foi um sintoma, no meu caso, porque meu tumor estava lentamente causando uma obstrução intestinal completa. Como resultado, minha comida não estava digerindo completamente e estava ficando 'presa' acima do meu tumor, causando meu refluxo e arrotos", explica a enfermeira.
Ela complementa que "arroto excessivo não é o sinal clássico de câncer de cólon, mas meu oncologista me disse que, provavelmente, foi o início dos meus sintomas."
A dificuldade de reconhecer os sintomas se deu também, possivelmente, porque Bailey levava um estilo de vida "muito saudável", em que ela malhava de 5 a 6 vezes por semana – estava há 1 ano e 2 meses nessa rotina.
"Nos 10 meses anteriores ao meu diagnóstico, eu estava realmente mais saudável do que nunca", afirma Bailey.
Já em janeiro a jovem fez uma cirurgia para remover o tumor e, agora, fará sessões de quimioterapia até agosto.
Enquanto luta contra a doença, pretende compartilhar sua história das mais diversas formas para conscientizar outras pessoas sobre sintomas incomuns que podem ser um "sinal de alerta" ao câncer de cólon.
"Qualquer coisa que seja nova para você, mesmo que seja considerada normal, precisa ser abordada. Eu não pensei nada sobre o meu arroto porque era uma coisa 'normal'. É importante ouvir o seu corpo", alerta a jovem.
E acrescenta: "Meu diagnóstico impactou minha vida de todas as maneiras possíveis que você possa imaginar. Não sei se algum dia vou processar totalmente o fato de ter sido diagnosticado com um câncer tão agressivo e em estágio avançado. Mas eu me recuso a deixar isso me definir. Estou fazendo tudo o que posso humanamente para combater esta doença."
Vale ressaltar que o câncer de cólon é o terceiro mais frequente em homens, atrás do câncer de próstata e de pele não melanoma, e também o terceiro mais comum em mulheres, após o câncer de mama, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). A previsão é de 41 mil novos casos apenas em 2023, no Brasil.
Há quatro estágios da doença, sendo eles:
I – o tumor atingiu a mucosa e submucosa;
II – o tumor atingiu a membrana que recobre o intestino;
III – o tumor atingiu os linfonodos ao redor do intestino;
IV – as células tumorais migraram para outros órgãos.
Os principais sintomas da condição são sangramentos nas fezes, alteração do hábito intestinal – ele passa a ficar mais preso ou solto – e alteração na forma das fezes (elas ficam mais pastosas ou menores).