A inflação oficial brasileira voltou a perder força ao subir 0,61% em abril, ante variação de 0,71% apurada no mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a segunda desaceleração consecutiva, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) agora acumula alta de 4,18% nos últimos 12 meses. A variação é a menor desde o fim de 2020, período que representa também a última vez que a inflação figurou dentro do intervalo da meta por um bimestre.
O percentual, que mantém a trajetória de queda do índice oficial de preços iniciada em maio do ano passado, corresponde à manutenção, pelo segundo mês seguido, do IPCA dentro do intervalo da meta pré-estabelecida pelo governo, de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Apesar da recente queda, o BC (Banco Central) avalia que a chance de o IPCA fechar 2023 dentro da meta ainda é de apenas 17%. Já os analistas do mercado financeiro preveem alta de 6% do índice no acumulado dos 12 meses encerrados em dezembro.
No mês, o preço dos medicamentos foi o grande vilão do bolso das famílias brasileiras. o que pode ser justificado pela autorização do reajuste de até 5,6% no valor dos remédios. Os aumentos começaram a valer no 31 de março.
Com resultado da variação, o grupo de saúde e cuidados pessoais respondeu pelo maior avanço de preços no mês de abril (1,49%). Já os preços nos planos de saúde tiveram alta de 1,2% após a incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022-2023.
Os itens de higiene pessoal, por sua vez, apresentaram desaceleração de 0,76% em março para 0,56% em abril, influenciados, principalmente, pelos perfumes (-1,09%).
Outro impacto significativo para a alta do IPCA partiu dos itens que compõem o grupo de alimentação e bebidas, com aceleração de 0,05% em março para 0,71%, com colaboração das refeições em domicílio, que passou havia apresentado deflação no mês anterior (-0,14%) e teve alta de 0,73% em abril.
No resultado, os maiores impactos foram os preços do tomate (+10,64%), do leite longa vida (+4,96%) e do queijo (+1,97%). Entre os alimentos em queda, destaque para a cebola (-7,01%) e o óleo de soja (-4,44%).
Já a alimentação fora do domicílio ficou 0,66% mais cara, variação acima da apurada em março (+0,6%). O lanche desacelerou de 1,09% para 0,93%, enquanto a refeição fez o caminho inverso, e saiu de 0,41% para 0,51%.
Principal vilão do bolso dos brasileiros, os combustíveis, que haviam saltado 7,01% em março, ficaram 0,44% mais baratos. No mês, apenas o etanol (0,92%) subiu no mês enquanto óleo diesel (-2,25%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,52%) tiveram queda nos preços.
A queda dos preços contribuiu para a desaceleração do grupo de transportes, que apresentou alta de 0,56% em abril, após variação de 2,11% registrada no mês anterior. Dentro do grupo, as passagens aéreas subiram 11,97% e foram o subitem com maior impacto na inflação geral.
Já as tarifas de metrô subiram 1,24%, pressionadas pelo reajuste de 6,15% no Rio de Janeiro (3,54%), a partir do dia 12 de abril, e alta de 1,11% em ônibus urbano foi influenciada pelos aumentos de 15,75% em Fortaleza (9,16%) a partir de 19 de março, e de 33,33% em Belo Horizonte (6,67%), a partir de 23 de abril.