O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (12) que “o governo precisa do Congresso Nacional” para poder dar certo. Desde a semana passada, ele tem cobrado mais empenho dos partidos que compõem sua base de apoio no Congresso para aprovar matérias que são de interesse do Executivo.
“Em cada votação a gente tem que conversar com todos os deputados. Nenhum deputado é obrigado a votar no que o governo quer, do jeito que o governo quer. O deputado pode pensar diferente, querer fazer emenda, mudar artigo, e temos que entender que isso faz parte do jogo democrático. Não é o Congresso que precisa do governo, é o governo que precisa do Congresso”, disse Lula.
O presidente comentou também que precisa negociar mesmo com partidos que se dizem independentes ou de oposição. “Quando você chega ao governo, você faz ou não faz. E aí, precisa conversar com todo mundo. Não tenho que perguntar de qual partido que o deputado é, tenho que tentar pedir para ele votar em nós. Tenho que conversar com quem gosta de mim e com quem não gosta de mim. Eu tenho que conversar com todo mundo para a gente poder aprovar as coisas.”
Nesta semana, o governo decidiu convocar reuniões com dirigentes partidários após ter sofrido derrotas em importantes votações no Congresso, como a que derrubou mudanças promovidas pelo petista no Marco do Saneamento Básico, além da retirada de pauta do projeto de lei das Fake News.
O Executivo ouviu políticos de PSB, MDB, PSD e União Brasil. Essas quatro agremiações comandam, juntas, 12 ministérios. Apesar do espaço no governo, as legendas não têm seguido a orientação do Executivo nas votações no Parlamento.
Na semana passada, durante a análise de um projeto na Câmara para sustar o decreto de Lula que modificou o Marco do Saneamento Básico, dos 131 deputados que fazem parte desses partidos, 102 foram a favor de anular o ato assinado pelo presidente.
As falas de Lula ocorreram na cerimônia de assinatura de uma medida provisória que criou o programa Escolas de Tempo Integral, cujo objetivo é ampliar em 1 milhão de matrículas a modalidade nas instituições educacionais do país. O programa tem investimento previsto de R$ 4 bilhões. O evento aconteceu na manhã desta sexta, em Fortaleza.
“É muito importante para uma mãe colocar uma criança na escola de tempo integral, sair para trabalhar e saber que a criança está bem guardada”, disse o presidente.
A intenção do projeto é viabilizar a meta seis do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece a oferta de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender pelo menos 25% dos estudantes.