A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres garantiu que ele não vai firmar um acordo de colaboração premiada no inquérito sobre os atos de vandalismo de 8 de janeiro. De todo modo, segundo o advogado Eumar Novacki, Torres está disposto a contribuir com as investigações.
"Não existe possibilidade [de uma colaboração premiada]. O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareçam os fatos que levaram aos acontecimentos do 8 de Janeiro", afirmou Novacki.
Torres é investigado por suspeita de omissão nos episódios de vandalismo. À época dos atos, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas no dia 8 de janeiro estava de férias nos Estados Unidos. Torres foi preso em 14 de janeiro e deixou a prisão nesta quinta-feira (11), quase quatro meses depois de ser detido.
Durante o período em que ficou preso, a Polícia Federal pediu as senhas do celular de Torres, que ele alega ter perdido nos Estados Unidos, para fazer uma perícia no equipamento. O ex-ministro apresentou os dados, mas a PF não conseguiu ter acesso ao celular dele. Segundo Novacki, Torres não informou senhas erradas à Polícia Federal. O advogado, contudo, não explicou por que a corporação não conseguiu fazer a perícia.
"Ele apresentou as senhas, e houve notícia de que elas estavam erradas. Mas a história não é essa. Com um laudo da PF, que nós recebemos de modo sigiloso, nós também respondemos de modo sigiloso, porque houve uma falha técnica. Nós nos colocamos à disposição, caso o ministro [Alexandre de Moraes] determine um perito para ir lá, nós vamos agir para abrir todas as informações", comentou o advogado.
A versão de Novacki nesta sexta é diferente da que foi apresentada no mês passado, quando a defesa de Torres reconheceu a possibilidade de as senhas terem sido informadas de forma equivocada devido ao estado de saúde do ex-ministro.
"À vista das informações prestadas pela psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que dão conta da gravidade do quadro psíquico do requerente, e dos medicamentos que lhe foram (e estão sendo) ministrados, é possível que as senhas tenham sido fornecidas equivocadamente, dado o seu grau de comprometimento cognitivo", disse a defesa de Torres.