A semana começou com paralisação de motoristas de aplicativo em diferentes partes do país, porém, no Espírito Santo, o número de profissionais que aderiram ao ato não impactou no serviço.
Durante a manhã desta segunda-feira (15), com o intuito de demonstrar adesão à paralisação, motoristas se reuniram na Praça do Papa, em Vitória, para uma adesivação dos veículos. A classe reivindica o aumento no valor do repasse aos profissionais.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Em entrevista à reportagem do Folha Vitória, o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos do Espírito Santo (Amapes), Luiz Fernando Müller, explicou que apesar da baixa adesão à adesivação, motoristas começaram a semana com o aplicativo desligado.
"Na Grande Vitória houve uma boa adesão de motoristas que não ligaram o aplicativo e ficaram no 'day off'. A adesivação dos veículos não teve tanta adesão, mas tiveram muitos motoristas fora do aplicativo", afirmou.
O presidente da associação acredita que motoristas de aplicativo de outras cidades capixabas irão aderir ao movimento na tarde desta segunda-feira. A expectativa é de que a paralisação aconteça também em Cachoeiro de Itapemirim e Colatina.
De acordo com o presidente da Amapes, apesar de outras cidades pelo Brasil realizarem carreatas, a associação não deve repetir este ato no Espírito Santo. Segundo ele, o movimento da categoria visa conscientizar tanto os motoristas quanto a população sobre o baixo valor repassado aos profissionais.
"As empresas cobram do passageiro o valor que elas querem e repassam ao motorista um valor ínfimo, o que resulta em cancelamentos porque com o valor baixo fica difícil aceitar as corridas. Os motoristas acabam escolhendo muito antes de aceitar a corrida", disse.
Ao ser questionado sobre quais empresas apresentam este problema, Luiz Fernando reforça que todas estão no mesmo panorama.
"As empresas cobram o passageiro o valor que eles querem e repassam ao motorista um valor ínfimo, o que resulta em cancelamentos porque com o valor baixo, fica difícil aceitar as corridas e os motoristas acabam escolhendo muito antes de aceitar", explicou.
A paralisação, segundo explica Muller, acontece porque a classe reivindica o aumento no valor do repasse.
"A nossa luta hoje é que a tarifa mínima seja de R$ 10 e que haja um acréscimo de R$ 2 por quilômetro rodado", disse.
A reportagem do Folha Vitória questionou as empresas Uber e 99 Pop sobre a paralisação dos profissionais e pediu um posicionamento das instituições, mas até o momento não obteve retorno. Assim que houver resposta, a matéria será atualizada.
Após a divulgação da paralisação, a Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) esclareceu que apoia a paralisação, mas que não é a organizadora do protesto.
Veja a nota na íntegra:
Diante de algumas informações distorcidas que têm sido veiculadas na imprensa, a FEMBRAPP - Federação dos Motoristas por Aplicativos do Brasil, esclarece que a paralisação dos Motoristas por Aplicativos, proposta para o próximo dia 15 de maio, não foi uma iniciativa da Instituição.
A FEMBRAPP apoia, SIM, a paralisação, ao tempo em que registra tratar-se de uma iniciativa dos próprios Motoristas de todo o país, com apoio e divulgação massiva de influenciadores e Associações de vários estados brasileiros.
Repetindo o que informou em nota emitida em 5 de maio, a FEMBRAPP manifesta total apoio à iniciativa dos motoristas e considera a paralisação como uma forma legítima de protesto e enfatiza que as empresas de aplicativos precisam ser responsáveis por garantir boas condições de trabalho e repasses justos aos motoristas.
É inaceitável que os motoristas continuem a trabalhar recebendo valores tão baixos como os ofertados atualmente. Por isso, a FEMBRAPP convoca a todos a se juntarem à causa e desligarem os aplicativos no dia da paralisação. Juntos, os motoristas podem fazer a diferença na defesa de seus direitos e interesses.
A FEMBRAPP acredita que a luta pela valorização do trabalho dos motoristas é uma questão justa e necessária, e reforça o compromisso em buscar melhorias para a categoria.
