Os advogados de Jair e Michelle Bolsonaro negaram, nesta segunda-feira (15), eventuais irregularidades com depósitos em dinheiro vivo encaminhados para a ex-primeira-dama. Em nota enviada ao R7, afirmam "com absoluta convicção" que as contas do dia a dia da família eram "pagas com recursos próprios" e que o ex-presidente sofre "perseguição política".
"A defesa reafirma com absoluta convicção que todos os pagamentos referentes aos custos do dia a dia da família eram pagos com recursos próprios", diz a defesa. "A defesa reitera que pequenos fornecedores e/ou prestadores de serviços informais recebiam em espécie a fim de proteger a privacidade do ex-presidente bem como evitar exposição desnecessária e riscos de fraudes", completa.
O comunicado, assinado pelo advogado e ex-secretário de Comunicação Social Fabio Wajngarten, é divulgado após a imprensa noticiar que uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre a suspeita de um esquema de desvio de recursos e rachadinha no Palácio do Planalto, durante a gestão de Bolsonaro, identificou a realização de depósitos em dinheiro vivo para Michelle.
Esses repasses, segundo a PF, eram operacionalizados pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, preso no último dia 3 de maio pela suspeita de articular um esquema de fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19.
A defesa de Jair e Michelle informa que vai fazer uma exposição detalhada das transferências. "Todos os custos, valores, saídas de recursos próprios do ex-presidente durante todo o período do mandato, nos 48 meses, a fim de evidenciar o quanto isso tudo se trata de uma perseguição política, com a apropriação e divulgação de vazamentos seletivos a fim de constranger os envolvidos", relata.
Para a defesa, a maneira como as informações são repassadas, o aparecimento de novas "evidências" e a suspeição permanente "evidenciam que o único objetivo de todos os envolvidos é tentar macular a imagem" de Bolsonaro.
Cid é tenente-coronel do Exército e atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele foi preso pela PF em 3 de maio durante operação para investigar a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Além de Cid, foram presos Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, ex-assessores especiais de Bolsonaro. No mesmo dia, a PF realizou uma busca e apreensão na casa do ex-presidente, em Brasília. Está marcada para terça-feira (16) novo depoimento do ex-chefe do Executivo à instituição e, como mostrou o R7, deve afirmar que não se vacinou contra a Covid-19 e não teve participação no esquema de fraude.