A Presidência da República enviou dois despachos ao Senado para indicar o nome do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, e do servidor de carreira do Banco Central Ailton Aquino dos Santos para cargos de diretoria na instituição financeira. O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (16).
Considerado o "braço direito" do ministro Fernando Haddad (PT), Galípolo já havia sido indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do BC. A informação foi confirmada na segunda-feira (8).
O nome de Galípolo já circulava para ocupar uma das vagas de direção do banco e deve servir como um termômetro para avaliar a reação do mercado e do governo.
Isso porque, segundo apurou o R7, Haddad estuda um substituto para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já que o mandato dura apenas até o fim de 2024. Galípolo é uma possibilidade e já foi apontado, anteriormente, como um nome forte para ser sucessor de Campos Neto.
Na diretoria de Política Monetária, Galípolo terá destaque no debate sobre a taxa básica de juros, a Selic, durante as reuniões do Comitê de Políticas Monetárias (Copom). O tema é caro ao governo federal, que tem pressionado o banco para uma diminuição da taxa, mantida em 13,75%.
No lugar de Galípolo, no Ministério da Fazenda, ficará Dario Durigan, diretor de políticas públicas do WhatsApp e que foi assessor especial de Haddad na Prefeitura de São Paulo.
Já Ailton Aquino dos Santos foi indicado para a diretoria de fiscalização do BC. Ele é auditor-chefe do BC. Tanto ele quanto Galípolo terão direito a voto no Copom, que se reúne a cada 45 dias para decidir os rumos da Selic.
O governo federal é responsável pela indicação dos diretores e do presidente do Banco Central, mas a nomeação não é automática. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado faz uma sabatina com os indicados, e depois os nomes vão para o plenário da Casa, para o aval dos senadores.
Os mandatos são de quatro anos e, no caso do líder maior do BC, só termina no meio do mandato de cada novo presidente da República eleito, como uma estratégia para garantir a autonomia da instituição monetária.