Receber um cheque sem fundo já foi um grande pesadelo para os brasileiros. Hoje, porém, não mais. Isso porque o uso dessa forma de pagamento caiu 93,9% entre 1995 e 2022.
Os dados são do Compe - Serviço de Compensação de Cheques, elaborado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).]
Porém, isso não significa que o cheque deixou de existir no Brasil. Na verdade, segundo o levantamento, 202,8 milhões deles foram compensados em 2022.
Por outro lado, a efeito de comparação, foram 3,3 bilhões em 1995. Ou seja, a cada 100 talões que foram utilizados naquela data, somente seis foram usados no ano passado.
Segundo Walter Faria, diretor da Febraban, essa retração aconteceu por causa do avanço dos pagamentos digitais. O principal deles é o Pix, lançado pelo BC (Banco Central) em 2020.
“Atualmente, sete em cada dez transações bancárias no país são feitas pelos canais digitais (internet e mobile banking), reflexo da comodidade, velocidade e segurança oferecidas por estes meios de pagamentos. Soma-se a isso também o Pix, que ao longo de dois anos de funcionamento, se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros”, diz ele.
Em contato com o R7, o Banco Central disse que "apesar do declínio", "o cheque ainda movimentou expressivos R$ 667 bilhões em 2021 e R$ 666 bilhões em 2022, no Brasil".
"Por ser um título executivo extrajudicial, preservando todas os benefícios inerentes a um título de crédito, como, por exemplo, a possibilidade de execução extrajudicial, o cheque, apesar da crescente diminuição em sua utilização, se mantém como um importante instrumento de pagamento", afirmou a autoridade monetária.
Vale lembrar que, no começo deste mês de maio, o BC anunciou mudanças no cheque. A ideia é para dar mais segurança e permitir inovações no uso do meio de pagamento.
Os clientes poderão ter o nome social impresso na folha do cheque, como a prática estabelecida no Pix. "O formato-padrão do cheque vai mudar para ficar mais moderno e seguro para os usuários do sistema financeiro", disse o BC em nota.
Foi decidido que a medida começa a valer em 2 de outubro de 2023 — até lá, vão ser mantidas as regras atualmente estabelecidas.