O governador Mauro Mendes (União Brasil) defendeu neste sábado (20) a viabilidade das obras da Ferrogrão, atualmente suspensas aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta semana, a ministra dos povos indígenas do governo Lula, Sonia Guajajara, solicitou a AGU (Advocacia Geral da União) que emita parecer contrário à mudança nos limites do Parque Nacional do Jamanxin no Pará.
A redução da área busca abrir espaço para a Ferrogrão, ferrovia que planeja ligar o município mato-grossense de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá) a Mirirituba (PA). No mandato do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, a AGU deu parecer favorável ao empreendimento.
"É um assunto muito sério e importante. Muita gente fala, escreve, reproduz com muita superficialidade. A ferrovia é o segundo meio mais moderno, atrás apenas da navegação. Transportar tudo por rodovia é ambientalmente incorreto. A ferrogrão vai ampliar a capacidade de escoamento da produção agrícola de Mato Grosso que vai chegar a 90 milhões de tonelada este ano. Será impossível escoar toda essa produção apenas por rodovias", disse.
A ministra argumenta que a eliminação de áreas protegidas só poderia ocorrer mediante aprovação de lei pelo Congresso Nacional, e não por mera edicação de medida provisória da Presidência da República. No caso da Ferrogrão, a Medida Provisória alterou a redução da área e, posteriormente, foi transformada em lei, após a aprovação pela Câmara dos Deputados e Senado.
Mendes avaliou que muitos interesses econômicos cercam o projeto da Ferrogrão, mas, acredita que a necessidade de construção de projetos sustentáveis garantam a sua concretização.
"O que percebo é algo inexplicável de ser contra investimento em ferrovias para manter venda de pneus, combustíveis, caminhões, que é ambientalmente na contramão do mundo. Problemas podem ser corrigidos e manter essa obra. Já vi o Lula defender essa obra e elencamos como prioridade ao governo federal. É um crime contra o Brasil e o meio ambiente não construir ferrovia para explorar combustíveis fósseis", concluiu