O Conselho de Ética do Senado abriu nesta quarta-feira (14) procedimentos disciplinares contra cinco senadores. Um deles é referente ao caso do senador Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado com dinheiro na cueca durante uma operação da Polícia Federal, em 2020.
O pedido foi protocolado pelos partidos Cidadania e Rede em 2020, mas só teve andamento no colegiado este ano, com a normalização das atividades após a pandemia de Covid-19. As legendas pedem a cassação do mandato de Rodrigues.
O senador alega ter tomado a ação de esconder o dinheiro na cueca por medo. A defesa sustenta que Rodrigues “está sendo linchado por ter guardado o próprio dinheiro”.
Para conduzir as investigações, foi designado o senador Renan Calheiros (MDB-AL), sorteado para os trabalhos.
Ao acolher a denúncia, o senador Jayme Campos (União-MT), presidente do conselho, alegou que a abertura não analisa o mérito do pedido, mas indica que foram cumpridos os requisitos regimentais para dar seguimento ao processo.
Também foram abertos processos contra Styvenson Valentim (Podemos-RN), Jorge Kajuru (PSB-GO), Cid Gomes (PDT-CE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Jorge Kajuru
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) é alvo de dois procedimentos. Um deles foi protocolado pelo senador Flávio Bolsonaro, por divulgação ilegal de uma conversa com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a instalação da CPI da Covid.
O outro processo é do ex-senador Luiz Carlos do Carmo, por suposta divulgação de informações falsas mirando gastos por parte de senadores goianos.
Randolfe Rodrigues
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também é alvo de uma investigação. Se trata de um pedido feito pelo então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), em 2021.
Na representação, Silveira alega que o senador “desfere seríssimas palavras que podem ser interpretadas como subversivas, antidemocráticas, caluniosas, difamatórias” e que atentam contra Bolsonaro.
Silveira se refere a falas de Randolfe no escopo da CPI da Covid, quando o senador chamou Bolsonaro de “genocida”, “ladrão de vacina”e “ladrão de dinheiro”.
Cid Gomes
Já Cid Gomes (PDT-CE) será investigado por um pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Na representação, Lira alega que o senador “proferiu palavras injuriosas, ultrapassando todos os limites constitucionais destinados aos mandatários, incorrendo em flagrante quebra de decoro parlamentar e abuso de prerrogativas ao insultar, caluniar, difamar outro membro do Congresso”.
Em 2019, Gomes se referiu a Lira como “um achacador” que pratica “chantagem para criação de dificuldades para encontrar propostas de solução”.
Styvenson Valentim
O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) é alvo de um procedimento apresentado pela ex-deputada Joice Hasselmann. Ela acusa o parlamentar de ironizar, desrespeitar mulheres e ofender a honra dela ao comentar sobre o episódio em que a ex-deputada apareceu com diversas lesões, em 2021.
A polícia concluiu que não houve agressões, mas, à época, o senador Styvenson disse, nas redes sociais, que a deputada “apareceu com oito fraturas na cara, querendo livrar a cara do marido”. O senador também especulou que Joice estava drogada ou tinha apanhado do marido.