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De submarino até o Titanic: como é a expedição no fundo do mar que custa mais de R$ 1 milhão

Turistas e estudiosos podem conhecer os destroços do famoso navio que naufragou em 1912 após bater em um iceberg

Data: Terça-feira, 20/06/2023 11:00
Fonte: Larissa Crippa*, do R7

O recente sumiço de um submarino turístico, que visitava os destroços do Titanic, na província canadense de Newfoundland, gerou questionamentos sobre o funcionamento do passeio. A embarcação Titan, da empresa OceanGate, desapareceu nesta segunda-feira (19).

O submarino tem capacidade para levar cinco pessoas e ir a 4.000 metros de profundidade por 96 horas, o equivalente a quatro dias. O passeio custa cerca de 200 mil libras por pessoa, pouco mais de R$ 1 milhão.

No site oficial da OceanGate, a empresa declara que oferece "submersíveis tripuláveis" para fretamento, projetos comerciais, pesquisa científica e exploração. A "expedição de pesquisa do Titanic", projeto recente, está logo na página principal.

Os interessados podem acessar a atração, ver a disponibilidade de datas, conversar com os agentes e obter informações sobre o embarque. Durante o tour, os passageiros e o capitão responsável se alimentam de comidas refrigeradas e conseguem respirar normalmente com o oxigênio fornecido pelos tanques pressurizados do equipamento.

A duração da jornada é de dez dias; nos primeiros dois dias, o grupo fica em um amplo navio que transporta os passageiros até o ponto de embarque. A rota tem início na costa de Newfoundland, no Canadá, e percorre uma distância de 600 km pelo oceano Atlântico.

Após alcançar o local, o submarino leva aproximadamente oito horas para completar o passeio integral. Isso inclui o deslocamento até o Titanic, que está a uma profundidade de 3.800 metros no oceano, e o retorno para a superfície.

Se o clima for favorável, os passageiros poderão sair da embarcação e mergulhar até os destroços do navio naufragado. As correntes marítimas precisam estar estáveis para isso acontecer. 

De acordo com a Ocean Gate, estavam programadas 18 expedições para o local do naufrágio em 2023. As viagens foram disponibilizadas para venda após a empresa realizar testes bem-sucedidos em 2021 e 2022.

Durante uma entrevista à CBS, o presidente da companhia, Stockton Rush, mencionou que seus clientes geralmente são "entusiastas da história do Titanic" ou possuem "grande fortuna".

O Titanic foi um navio que afundou em sua viagem inaugural, para Nova York, em 14 de abril de 1912, após colidir com um iceberg. Mais de 1.500 dos 2.200 passageiros e tripulantes a bordo morreram, e muitos deles minutos depois de serem lançados às águas, com temperatura de -2°C. 

Novas, incríveis e revolucionárias imagens mostram os destroços do Titanic como nunca se viu. A empresa Magellan Ltd., especialista em mapeamento do fundo do mar, fez o primeiro escaneamento digital em tamanho real do navio todo. As imagens mostram toda a dimensão da embarcação, além de revelar detalhes incríveis que foram apenas exibidos de leve em fotos e vídeos feitos no passado.

Estas imagens, captadas pela Magellan Ltd. no início de 2022, serão usadas num documentário sobre o Titanic que está sendo produzido pela Atlantic Productions. Para fazer as imagens do navio, foram usados drones submersíveis num trabalho que durou mais de 200 horas. Foram produzidas mais de 7.000 imagens de todos os ângulos da embarcação que afundou no oceano Atlântico em 1912 ao se chocar contra um iceberg em sua viagem inaugural.

O navio repousa a 3,8 quilômetros de profundidade, e estas novas imagens vão ajudar os estudiosos a responder a várias perguntas que ainda persistem depois de mais de um século do naufrágio.

O estudioso do Titanic Parks Stephenson disse em conversa com a BBC que 'há perguntas básicas que precisam ser respondidas sobre o navio'. Para ele, com estas novas imagens, se dá 'um passo enorme para abordar a história do Titanic baseada em evidências e não mais em cima de especulações'.

Os destroços do Titanic foram localizados em 1985, e, de lá para cá, foram feitas várias expedições para tentar entender o acidente. Devido ao tamanho da embarcação e à profundidade, sempre foi difícil fazer imagens que mostrassem a totalidade do navio.

Gerhard Seiffert, que liderou a expedição da Magellan ao Titanic, contou à BBC que 'a profundidade de quase 4.000 metros representa um desafio. E há correntes [marítimas] também. Além disso, não temos permissão para tocar em nada do navio para que não haja danos aos destroços'.

Seiffert contou também que outro desafio enfrentado pela sua equipe foi 'mapear cada centímetro, até mesmo as partes menos interessantes. Mapeamos até o lodo que está no navio, porque precisamos disso para preencher todos os espaços', disse à BBC.

As nova imagens mostram detalhes únicos do Titanic.

O navio repousa no fundo do mar em duas partes