O desemprego no Brasil voltou a cair e atingia 8,3% da população no trimestre finalizado em maio. Trata-se do menor patamar para o período desde 2015, quando a taxa também era de 8,3%, segundo dados revelados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo em queda, o percentual de desocupados em território nacional ainda equivale a 8,9 milhões de pessoas ainda fora da força de trabalho, segundo os números da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O número corresponde a uma queda de 3% em relação ao trimestre anterior e de 15,9% se comparado ao mesmo período do ano passado.
Na comparação com o trimestre anterior, encerrado em fevereiro, o desemprego figura em um patamar 0,3 ponto percentual menor, o que corresponde a uma estabilidade. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa registra queda de 1,5 ponto percentual.
A coordenadora do estudo, Adriana Beringuy, afirma que o recuo trimestre foi mais influenciado pela queda do número de pessoas procurando trabalho do que por aumento expressivo de trabalhadores. 'Foi a menor pressão no mercado de trabalho que provocou a redução na taxa de desocupação”, explica ela.
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado permanece estável tanto na comparação trimestral quanto na anual e totaliza 12,9 milhões de pessoas. Já o contingente de trabalhadores com carteira foi de 36,8 milhões, o que também representa uma estabilidade, mas com aumento de 3,5% (mais 1,83 milhão de pessoas) no ano.
Já o contingente de trabalhadores por conta própria, estimado em 25,2 milhões, também ficou estável e a taxa de informalidade foi de 38,9% da população ocupada, totalizando 38,3 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior também havia sido de 38,9% e, no mesmo trimestre de 2022, 40,1%.
Embora não tenha havido uma expansão significativa da população ocupada total no trimestre, os dados mostram diferenças pontuais em algumas atividades econômicas. A maioria ficou estável, mas foi observada queda do número de trabalhadores na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-1,9%, ou menos 158 mil pessoas) e expansão administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%, ou mais 429 mil pessoas).
“No caso do grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, o crescimento foi impulsionado pelo segmento de educação e por meio da inserção de empregados sem carteira de trabalho assinada”, destaca Adriana Beringuy.
Já no panorama anual, houve altas em transporte, armazenagem e correio (4,2%, ou mais 216 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,8%, ou mais 440 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,5%, ou mais 764 mil pessoas).
Os resultados também revelam que apenas o contingente de empregados no setor público (12,1 milhões de pessoas) cresceu na comparação trimestral, aumentando em 2,8%. No trimestre, a expansão foi de 3,9%. O aumento foi puxado pelos trabalhadores sem carteira no setor, que cresceram 14,1% no trimestre e 17,3% no ano.