Depois de recuar em abril devido à menor fabricação de produtos alimentícios, a produção industrial cresceu 0,3% em maio, mostram dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Com a alta apresentada pela PIM (Pesquisa Industrial Mensal), o setor responsável por cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional figura em um patamar 1,5% inferior ao apurado em fevereiro de 2020, o último mês sem o impacto da pandemia de coronavírus na economia nacional, e 18,1% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.
Em março, a indústria havia avançado 1,1%, o que interrompeu uma sequência de dois meses de queda. No ano, o setor acumula perda de 0,4%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi nula (0,0%).
"O resultado de maio também traz uma disseminação de taxas positivas por três das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 25 ramos investigados", destaca André Macedo, gerente responsável pela pesquisa.
A disseminação positiva representa o maior espalhamento desde setembro de 2020, quando havia 23 atividades mostrando crescimento. Macedo, no entanto, recorde que, na época, o setor industrial se recuperava de perdas intensas enfrentadas em março e abril daquele ano, no início da pandemia no país.
Na comparação com abril, as maiores influências positivas sobre o resultado da indústria vieram dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%) e máquinas e equipamentos (12,3%).
Na atividade de derivados do petróleo, o resultado é o quarto positivo seguido, acumulando ganho de 15,0% no período. Já o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias voltou a crescer após dois meses consecutivos de queda, quando acumulou redução de 2,6%.
"Março e abril foram marcados pelas paralisações e as concessões de férias coletivas no setor. O crescimento [da fabricação de veículos] em maio é explicado pela volta à produção", afirma Macedo.