A vítima foi atropelada em março deste ano, na rua Sumaumas, no bairro Treze de Maio.
A acusada foi denunciada pelo Ministério Público do Estado (MPE) por assassinato, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. A defesa, no entanto, ao apresentar alegações finais no processo, pediu a desclassificação do crime para homicídio culposo (quando não há intenção) na direção de veículo automotor. Além disso, também solicitou a revogação da prisão.
Em depoimento à Justiça, a suspeita afirmou que não tinha intenção de matar Alex. O juiz, porém, registrou que as respostas dadas pela acusada foram “evasivas e imprecisas”. Para o magistrado, a versão apresentada pela mulher “é absolutamente contrária às provas colhidas nos autos, não logrando comprovar por qualquer meio a versão defensiva apresentada. Nessa esteira, sopesando as provas angariadas durante toda a persecução penal, vislumbra-se indícios suficientes de autoria recaindo sobre a acusada, implicando em necessária remessa da causa ao Egrégio Tribunal Popular do Júri”.
O juiz também negou pedido da defesa para revogar a prisão. “In casu, mostram-se patentes a gravidade em concreto do delito e a periculosidade social da agente, que, em tese, por motivo fútil e de forma intencional, atingiu com seu veículo a motocicleta da vítima, resultando na morte da vítima”, concluiu o juiz.
A decisão assinada por Kotovicz leva a acusada a julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, uma vez que o magistrado derrubou a outra qualificadora apontada pelo Ministério Público. A defesa e a acusação ainda podem recorrer.
Conforme já informado, a colisão ocorreu entre um Ford Fiesta prata e a motocicleta Honda GC 125, que era pilotada pela vítima. Alex não resistiu ao choque com o veículo e foi a óbito ainda no local. A condutora do carro foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros até o hospital municipal, consciente e em visível estado de embriaguez, conforme o relato da Polícia Militar.
A perícia constatou que, na colisão frontal, o Ford Fiesta bateu em um poste de energia e a motocicleta foi encontrada embaixo do veículo, com a vítima já em óbito. A investigação apontou que a condutora do veículo era ex-mulher de Alex, que eles tinham dois filhos e que ela não aceitava o fim do relacionamento.
Segundo a denúncia, antes do crime, a vítima estava em um bar da cidade e a investigada passou pelo local e avistou Alex, indo discutir com ele e com uma mulher que o acompanhava. A vítima decidiu sair do local e ir para sua residência. Ao chegar, houve nova confusão entre a mulher que estava com Alex a acusada. A vítima, então, saiu novamente na motocicleta, mas foi seguido pela ex-mulher, que o atropelou, ocasionando sua morte.
“A investigação constatou que após discutir com a vítima, a indiciada utilizou seu veículo como arma para ceifar a vida de Alex da Mota”, apontou o delegado Waner dos Santos Neves, após concluir o inquérito do caso.
Depois de ser liberada do hospital, a investigada, de 21 anos, foi ouvida pela Polícia Civil. Em seguida foi transferida para a unidade prisional feminina de Colíder.