O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (11) que espera que o Senado siga os passos da Câmara dos Deputados e também aprove o texto da reforma tributária. Segundo o chefe do Executivo, o Congresso Nacional precisa concluir a análise da matéria até o fim do ano. A proposta foi aprovada pelos deputados em dois turnos na última quinta-feira (6).
“Estou feliz porque foi uma semana muito importante para o Brasil. Não foi importante para o governo, foi importante para o Brasil. Espero que o Senado repita a votação da Câmara e que a gente chegue ao fim do ano com uma política tributária nova, para a gente nunca mais ficar falando de política tributária nesse país”, comentou o presidente em live nas redes sociais.
Durante a transmissão, o presidente falou sobre a negociação do governo com deputados para viabilizar a aprovação da reforma. Na semana passada, em meio à votação da reforma e do projeto de lei que retoma o voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), Lula empenhou (reservou para uso) um valor recorde de R$ 8,5 bilhões em emendas parlamentares. A quantia corresponde a mais da metade do que foi empenhado ao longo de todo o ano, R$ 16,2 bilhões.
“Você precisa convencer a maioria, e isso aconteceu com muita persistência, habilidade do nosso ministro da Fazenda, o companheiro [Fernando] Haddad, do nosso líder no Senado, o Jaques Wagner, do líder na Câmara, José Guimarães, do nosso ministro [Alexandre] Padilha. É preciso ter paciência, conversar com quem você gosta e quem não gosta, ouvir coisas boas e ruins, e aí se dá a negociação”, disse.
“Seria importante que a gente não precisasse negociar. O ideal seria que um partido elegesse todo mundo, não dá. Seria importante que os setores progressistas elegessem maioria, não aconteceu. Então, você não negocia com suplente. Você negocia com quem foi eleito, com quem tem mandato, e tem que estar aberto a conversar. Precisamos construir essa governabilidade e ela foi construída para votar a política tributária. Não era coisa de interesse do Haddad, do Lula. Era coisa de interesse do país. O país precisava da política tributária”, afirmou.
O presidente comentou que não negocia com o Centrão, mas sim com partidos políticos. Além disso, frisou que precisa ir atrás de votos para manter a governabilidade. “O que é uma maioria para governar? É você ter tranquilidade de votar as coisas que o governo considera que são importantes para o país, para a sociedade brasileira, você tem que ter uma maioria porque senão você se mata.”