A estimativa para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 subiu 0,6% em junho, para 307,3 milhões de toneladas, mostram projeções divulgadas nesta quinta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A nova expectativa é 16,8% (44,2 milhões de toneladas) maior do que a safra obtida em 2022 (263,2 milhões de toneladas). A área a ser colhida é de 76,9 milhões de hectares, 5,2% maior do que a de 2022 e 0,5% maior que a estimativa de maio. Para Carlos Barradas, gerente responsável pelo LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), um conjunto de fatores motivam o avanço das estimativas de safra para este ano.
"Com exceção do Rio Grande do Sul, o clima tem estado muito bom, especialmente para os produtos de segunda safra como o milho, cuja produção cresceu muito. Outro fator é que o ano agrícola começou no período certo, não teve atraso no plantio da safra de verão, o que possibilitou uma colheita, especialmente da soja, no tempo certo", explica.
"A janela de plantio do milho de segunda safra foi muito boa, logo após a colheita da safra de verão em janeiro e fevereiro. Isso favorece a colheita do milho de segunda safra que está ocorrendo agora em julho e agosto. E por fim, o aumento dos preços internacionais levou o produtor a ampliar o plantio”, completa Barradas.
Os principais destaques da safra 2023 são as estimativas da produção de soja, milho, trigo e sorgo, todos estabelecendo novos recordes. No caso da soja, a produção deve chegar a 148,4 milhões de toneladas (alta de 0,1%).
Quanto ao milho, a estimativa foi de 124,5 milhões de toneladas (28,1 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 96,3 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,0 milhões de toneladas; a do trigo em 10,6 milhões de toneladas; a do algodão (em caroço), em 6,9 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 3,8 milhões de toneladas.
A produção do trigo também pode vir a ser recorde caso se mantenham as condições climáticas favoráveis. O país importa um pouco de trigo, mas a produção tem crescido bastante devido à elevação dos preços internacionais com a guerra da Rússia e da Ucrânia, levando os produtores a investirem mais em tecnologia e na ampliação do plantio. “Mas ainda dependemos que o clima ajude, pois existe uma previsão do fenômeno El niño, que pode provocar secas, especialmente no Sul do país”, ressalta Barradas.