O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (17), em Bruxelas, na Bélgica, que o Brasil fará a sua parte na questão climática. O chefe do Executivo cumpre agenda na cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE).
"O Brasil, todo mundo sabe, vai cumprir com sua parte na questão do clima. Temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Esse é um compromisso assumido antes, durante e depois de uma campanha política", disse Lula em pronunciamento.
Ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o petista disse ainda que as transições energética e climática são prioridades do Brasil.
"O Brasil é um país que tem uma forte tendência na produção de energia renovável. Hoje, nós temos praticamente 87% de nossa energia elétrica renovável. Temos 50% da matriz energética renovável contra 15% do restante do mundo. A transição energética e a transição climática, presidenta, passa a ser prioridade no nosso governo. Esse é o assunto que sei que é de interesse da União Europeia, é de muito interesse do Brasil".
A expectativa é de que a União Europeia aproveite a ocasião para apresentar uma nova agenda de investimentos para a América Latina com foco na área de transição verde e digital. O evento também tem participação de representantes do setor privado, de bancos de financiamento. Eles debatem as oportunidades de investimento em áreas prioritárias, como energias renováveis, transporte, infraestrutura, digitalização e conectividade.
Foram convidados para a cúpula em Bruxelas todos os 33 presidentes de países da América Latina e do Caribe e os líderes das 27 nações que compõem a União Europeia, totalizando 60 países. Os dois blocos não se reuniam desde 2015. O Brasil havia saído da Celac em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas retornou ao grupo no início deste ano.
Leia o pronunciamento completo:
Bem, para o Brasil é extremamente produtivo esse regresso à União Europeia. O nosso país ficou seis anos afastado de qualquer atividade de política internacional, menosprezando a importância daquilo que significa relações diplomáticas, relações exteriores, comércio exterior, e nós voltamos ao governo para colocar o Brasil no centro da disputa do protagonismo internacional.
Nós temos uma atividade econômica intensa no Brasil nos dias de hoje, queremos compartilhar essa intensidade da atividade econômica com os nossos parceiros da União Europeia. Nós queremos compartilhar com os nossos parceiros do Mercosul, da América Latina e do Caribe. E mais importante ainda: nós queremos aprofundar com a União Europeia a discussão sobre a questão não apenas do desenvolvimento industrial e do crescimento econômico, mas queremos discutir profundamente a questão climática.
Todo mundo sabe que o Brasil é um país que tem uma forte tendência na produção de energia renovável. Hoje nós temos praticamente 87% de nossa energia elétrica renovável. Nós temos 50% da matriz energética renovável contra 15% do restante do mundo. A transição energética e a transição climática, presidenta, passa a ser prioridade no nosso governo. Esse é o assunto que sei que é de interesse da União Europeia, é de muito interesse do Brasil.
E este ano, ao apresentarmos agora no mês de agosto um programa de desenvolvimento do Brasil, estará incluído nesse programa um grande programa de transição energética. Programa esse que nós queremos convidar a União Europeia a participar. A participar porque será possivelmente o mais profundo programa de transição energética feito nessa época num país em desenvolvimento.
O Brasil, todo mundo sabe, vai cumprir com sua parte na questão do clima. Nós temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Esse é um compromisso assumido antes, durante e depois de uma campanha política.
É um compromisso, eu diria, quase que de fé, não apenas meu, mas do povo brasileiro. Queremos nesse debate fazer com que a União Europeia compreenda a necessidade de que existe na Amazônia sul-americana 50 milhões de habitantes que precisam ter condições de sobrevivência digna e decente.
É por isso que nós vamos ter um grande encontro na cidade de Belém, nos dias 8 e 9 de agosto, envolvendo todos os países amazônicos, e convidamos os dois Congos, e convidamos a Indonésia, para que a gente possa discutir com o mundo a preservação das florestas que o mundo tanto precisa. Por isso, para mim, é um orgulho estar aqui hoje e poder debater um pouco do Brasil e da América Latina.