Um ex-atleta olímpico de 43 anos, que disputou os Jogos de Atlanta em 1996 - e que por problemas físicos não conseguiu estar em Sydney na edição seguinte - é atualmente um dos maiores incentivadores da corrida em Mato Grosso.
Emerson Perin, que participou da prova olímpica dos 110 metros com barreiras em 96, hoje mora em Cuiabá e tem uma empresa de assessoria esportiva que auxilia atletas amadores a saírem do sedentarismo e romperem seus limites.
Perin deixou o atletismo profissional há cerca de 15 anos. Veio a Cuiabá pela primeira vez a convite do amigo e hoje sócio Ricardo Itacaramby.
Na Capital mato-grossense, conheceu a esposa - cuiabana de tchapa e cruz – se mudou com ela para a cidade de Medianeira (PR), mas não ficou muito tempo em terras paranaenses.
“Ela não aguentou o frio. Larguei tudo que tinha no Paraná e comecei a montar o projeto aqui. Foi quando começamos a criar a estrutura de nossa assessoria”.
Já formado em Educação Física, Perin trouxe para Cuiabá a assessoria esportiva OxTeam. O objetivo – mantido até hoje - é auxiliar atletas amadores a praticar exercícios como profissionais.
A assessoria têm duas modalidades como foco: o atletismo e o ciclismo. E preza pelos serviços prestados de maneira individual e personalizada.
“Aplicamos um questionário para traçar um perfil psicológico, social e de condicionamento físico. Nesse questionamento, eles me dão a direção de onde eu tenho que ir: se é mais para saúde, performance ou condicionamento”, explica Emerson.
De acordo com o personal, o dia a dia da pessoa interessada na prática esportiva e é de fundamental importância para o início do treinamento.
“Porque além de todas as suas responsabilidades diárias, ele tem uma vida social para levar. Então eu não posso exigir muito de uma pessoa que já vem cansada e estressada e sobrecarregá-la no treinamento”, conta.
Perin ainda esclarece que idade e peso não são empecilhos para a prática do atletismo, mas é preciso que haja um aval médico.
“Com diabetes, pressão alta e obesidade, há condições para se praticar atividades físicas, desde que a pessoa tenha um profissional que possa orientá-la nessas atividades para tomar as precauções necessárias”, diz.
Com o alcance dos resultados - e com cada vez mais adeptos da prática esportiva -, a assessoria começou a participar de disputas nacionais como “A Volta à Ilha” em Florianópolis (SC).
"Já fomos campeões na modalidade feminina por equipe. E também fomos campeões na modalidade masculina na categoria veteranos”, conta.
Há ainda as provas regionais, em que os atletas amadores superam seus limites, como o "Ultramacho", que acontece normalmente em cidades do interior de Mato Grosso.
As turmas da assessoria esportiva são divididas por gênero. Perin cuida da equipe de mulheres e seu sócio, da masculina. “Vimos o desempenho das pessoas melhorarem muito depois dessa divisão. Mas a gente, às vezes no fim de semana, une todos os atletas no Parque Mãe Bonifácia”, disse.
Os treinos acontecem no Complexo Esportivo do Dom Aquino e no Parque Mãe Bonifácia, ambos na Capital. De acordo com o personal, algumas vezes também são realizados na Universidade Federal de Mato Grosso.
Perin ainda trabalha como personal trainner na Academia Medley, em Cuiabá.
A carreira
Perin iniciou no atletismo aos 15 anos, sem nenhuma pretensão mais séria. O objetivo inicial era apenas viajar, tomar sorvete e comer pizza, como costuma brincar.
“Morava ainda no interior do Paraná e um amigo falou para mim: ‘Olha, se fizermos atletismo, vamos fazer muitas viagens para Curitiba e teremos pizza e sorvete de graça’”, conta rindo.
Ele foi tomando gosto pelo atletismo e, quando viu, era um dos selecionados para ir à competição mais aguardada por qualquer atleta: as Olímpiadas.
Em 1996, aos 21 anos, esteve em uma das eliminatórias dos 110 metros com barreiras disputada no Centennial Olympic Stadium, de Atlanta, mas não conseguiu avançar para a fase seguinte.
Apesar de não ter alcançado as finais, Perin subiu um degrau em direção ao seu maior objetivo: os Jogos Olímpicos seguintes, em Sidney, na Austrália, em 2000.
Com a pressão em cima de um melhor desempenho dos atletas, ele acabou se lesionando.
“Em um desses treinos eu fraturei o tendão e fiquei parado seis meses. Em outro momento, torci o meu pé e tive uma micro-fissura na fíbula. E essa lesão me fez perder mais seis meses. Então, fiquei um ano sem resultado”, contou.
“Em 1998 eu já havia perdido um ano de treino. Isso, para um atleta que quer entrar em uma Olimpiada, é muito tempo. E quando comecei a voltar, não consegui voltar de acordo com o que as metas me exigiam. Ainda havia a pressão de novos atletas aparecendo. E aí perdi o patrocínio e as coisas foram mudando”.
Sentimento de derrota
Perin diz que uma das principais características de um atleta é a competitividade e a superação. Entretanto, a contusão – um fator externo a seu desejo – fez com que, mesmo com o espírito entregue ao atletismo, não conseguisse os resultados desejados.
“A mágoa maior de um atleta é de não atingir as metas. E foi uma coisa externa que me impediu. No início, você fica meio sem chão, como qualquer outra pessoa que perde o emprego”, relatou o ex-atleta, que compensou a frustração incentivando outras pessoas a se exercitar.
Serviço
Para ser um aluno da assessoria esportiva da Oxteam, o atleta amador deverá investir R$ 210 mensais.
Há horários disponíveis durante toda a semana, de manhã e a tarde.
Para mais informações (65) 99913-0131 (Emerson Perin) e 9 9981-0431 (Ricardo Itacaramby) ou acessar a página no Facebook da assessoria.