Os brasileiros que fizeram uso do rotativo do cartão de crédito em junho amargaram uma taxa média de juros de 437,3% ao ano, mostram dados revelados nesta quinta-feira (27) pelo BC (Banco Central).
O patamar, 16,7 pontos percentuais menor do que o apurado em maio (454% ao ano), é o menor desde maio (433,3% ao ano). Apesar da redução, a taxa média apresenta alta de 66,9 pontos percentuais no acumulado nos últimos 12 meses e representa o maior valor para os meses de junho desde 2016 (470,62% ao ano).
Na prática, o consumidor que cair no rotativo com uma dívida no valor de R$ 500 precisa desembolsar um adicional de R$ 2.186,50 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 2.686,50.
De acordo com as estatísticas monetárias e de crédito, as taxas cobradas daqueles que fizeram uso do cheque especial voltaram a crescer após leve recuo em maio. O patamar atual desembolsado aos que precisam ficar com as contas bancárias no vermelho é de 133,6% ao ano, nível 2,9 pontos percentuais superior ao registrado no mês anterior e 4,4 pontos percentuais maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Para auxiliar os milhões de endividados que sofrem com as taxas elevadas de juros, o governo federal lançou o programa Desenrola Brasil para que os endividados consigam renegociar suas dívidas. Somente na primeira semana, a iniciativa ajudou a tirar mais de 2 milhões de brasileiros do vermelho.
Consignado
Para driblar as taxas exorbitantes, o consumidor pode aderir ao empréstimo consignado, modalidade que oferece desconto direto na folha de pagamento. A taxa da linha de crédito avançou 0,1 ponto percentual e fechou o primeiro semestre de 2023 em 25,9% ao ano.
Dentro do consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos servidores públicos (24,9% ao ano). Para os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 25,1% e 38,9% ao ano.