O ex-policial militar do Rio de Janeiro Élcio Queiroz apontou em delação premiada a participação do grupo liderado pelo contraventor Bernardo Bello no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Bello, de 41 anos, está foragido e é suspeito de ser um dos chefes do jogo do bicho no Rio. Ele foi alvo da Operação Ás de Ouros II, da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, nesta semana, mas não foi encontrado.
Élcio Queiroz também deu o nome do policial militar Edimilson Oliveira da Silva como quem teria contratado o ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado pelas investigações como o executor de Marielle e Anderson. Queiroz disse ainda que a arma usada para matar Marielle foi desviada do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Queiroz declarou em um dos depoimentos que "apareceu também celular" para Ronnie Lessa e ele achou "estranho aquele celular aparecer pra ele [Lessa]". Segundo o delator, Lessa "costumava andar com celular de última geração" e o aparelho novo era um smartphone "feio". "Eu perguntei e ele falou que era de uma pessoa que tinha fornecido pra ele", relatou Queiroz.
Em depoimento mais recente, Queiroz disse que foi Bernardo Bello quem deu o telefone a Ronnie Lessa. O chefe da segurança do bicheiro, José Carlos Roque Barboza, teria fornecido o carro Cobalt, usado no dia do assassinato.
Élcio Queiroz é o primeiro envolvido nos assassinatos a assumir a coparticipação no crime. Queiroz e Ronnie Lessa foram presos em março de 2019. Após quatro anos detido, Queiroz confessou em delação premiada que dirigia o veículo usado nos assassinatos, participou de todo o planejamento e deu detalhes do atentado.