Após receber orientação da Receita Federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai devolver a onça de ouro presenteada nesta segunda-feira (31) pelo governo da Arábia Saudita. A devolução deve ser feita para a embaixada do país em Brasília ainda nesta segunda. Não há valor do presente, uma vez que o item não foi avaliado.
O objeto foi recebido durante reunião entre Haddad e o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, em São Paulo. O encontro ocorreu nesta segunda-feira (31) e foram tratados pontos do Plano de Transição Ecológico do governo brasileiro e possíveis investimentos.
Em comunicado, o Ministério da Fazenda lembrou que a oferta de presentes a autoridades públicas deve ser feita com aviso prévio ao cerimonial do órgão público agraciado. Como isso não ocorreu, o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, orientou a devolução do objeto. "Caso o governo saudita queira reenviar o presente, será necessário que se cumpra os trâmites exigidos pela legislação brasileira", diz.
A doação de presentes da Arábia Saudita se estende ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebeu ao menos três kits de joias no período em que estava à frente do Palácio do Planalto. Entre os objetos recebidos estão um relógio da marca Rolex de ouro branco e diamantes, uma caneta da marca Chopard com pedras incrustadas, um par de abotoaduras de ouro branco e diamantes, um anel de ouro branco, além de uma masbaha, um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes de brilhantes. O caso é investigado pela Polícia Federal.
Haddad se reune ainda com representantes de bancos, às vésperas da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que pode redefinir a taxa básica de juros (Selic). O encontro acontece no escritório da Fazenda em São Paulo, e o crédito é um dos assuntos que o ministro deve tratar com os banqueiros.
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No último relatório do Copom, o BC admitiu que havia a possibilidade de baixar a taxa básica de juros em agosto, após uma sequência de sete manutenções, em 13,75% ao ano. A atual taxa Selic está no maior patamar desde 2017. De acordo com os analistas do mercado financeiro, o corte inicial deve ser de 0,25 ponto percentual, a ser anunciado na próxima quarta-feira (2).