Apesar de ser pouco comum, alguns cães e gatos precisam de aparelhos ortodônticos. Porém, diferentemente do que acontece com os humanos, em que muitas vezes o uso atende a uma questão estética, no caso dos pets os motivos são unicamente a saúde bucal e o bem-estar. O RPet conversou com especialistas em odontologia dos animais para saber quando a implantação do aparelho é necessária, duração do tratamento e valores.
“Normalmente, os cães são os que mais necessitam de correção ortodôntica, mas há situações em que os gatos também precisam. Em geral, o tratamento é indicado em casos de má oclusão, ou seja, quando há alguma anomalia na mordida do paciente. Essas alterações podem ocasionar desde pequenos desvios nos dentes até casos mais graves, que provocam lesões em tecidos moles, como língua, gengiva, lábios e palato”, explica Alexandre Venceslau, odontologista clínico da Foxvet.
Amanda Rodrigues, veterinária odontologista do Veros Hospital, complementa, lembrando que é importante o tutor observar seu pet para saber se ele está com algum problema dental. "Se, por exemplo, um dente está ferindo alguma parte da boca, como a gengiva ou o céu da boca, há a necessidade de tratamento. Nesses casos, alguns pets têm dificuldade para se alimentar ou mostrar algum sinal de desconforto, enquanto muitos sofrem em silêncio", diz.
Herbert Lima Corrêa, especializado em odontologia veterinária e sócio-fundador da clínica Odontovet, conta que existem aparelhos ortodônticos feitos exclusivamente para os pets, mas que os usados pelos humanos também servem em alguns casos. Ele ainda ressalta que sempre que se faz um tratamento odontológico em um animal, é utilizada uma anestesia geral.
“Por exemplo, podemos usar os bráquetes (aquelas pecinhas que vemos na superfície dos dentes de quem usa fixo), muito utilizado em humanos. Mas essa é uma técnica um pouco mais sensível, porque se bichinho vai lá e morde alguma coisa, que faz um dos bráquetes cair, desequilibra todo o aparelho e você vai ter que, na verdade, anestesiar novamente o paciente. Então, na maior parte dos casos, optamos por aparelhos mais resistentes”, ilustra.