Seja bem-vindo ao portal: Amplitude News

NOTÍCIAS

Lula diz que países ricos 'têm dívida com o planeta' e cobra recursos para preservar florestas

Na cúpula do Brics, presidente brasileiro disse que as nações desenvolvidas são as 'grandes responsáveis' pela crise climática

Data: Quarta-feira, 23/08/2023 08:56
Fonte: Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (23) que os países mais ricos do mundo precisam disponibilizar recursos para que as nações emergentes possam preservar as suas florestas. Segundo o chefe do Executivo, os países desenvolvidos são os “grandes responsáveis” pela crise climática e “têm uma dívida histórica com o planeta Terra e com a humanidade”.

“Para que as promessas já feitas pelos países ricos sejam cumpridas, o financiamento climático e de biodiversidade deve ser verdadeiramente novo e adicional em relação ao financiamento ao desenvolvimento”, afirmou o presidente em discurso na cúpula do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Lula destacou que “precisamos de um sistema financeiro internacional que, ao invés de alimentar as desigualdades, ajude os países de baixa e média renda a implementarem mudanças estruturais”.

“Os grandes responsáveis pelas emissões de carbono que causaram a crise climática foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial e alimentaram um extrativismo colonial predatório. Eles têm uma dívida histórica com o planeta Terra e com a humanidade”, frisou.

O presidente reclamou, ainda, que as grandes potências globais não têm cumprido promessas e metas definidas em acordos climáticos internacionais. “Precisamos valorizar o Acordo de Paris e a Convenção do Clima, em vez de terceirizar as responsabilidades climáticas para o Sul Global.”

Leia mais: Na cúpula do Brics, Lula diz que Brasil quer contribuir para o fim da guerra da Ucrânia

Ele disse também que muitas nações em desenvolvimento ainda enfrentam a fome e, por isso, precisam de suporte para resolver a questão ambiental. “Vemos o maior aumento da desigualdade entre os países em três décadas. Em 30% das metas, estagnamos ou andamos para trás. É muito difícil combater a mudança do clima enquanto tantos países em desenvolvimento ainda lidam com a fome, a pobreza e outras violências”, ressaltou.

“Nossos recursos não devem ser explorados em benefício de poucos, mas valorizados e colocados a serviço de todos, sobretudo do bem-estar das populações locais”, completou o presidente.