O juiz Walter Tomaz da Costa, da 4º vara criminal de Sinop (500 km de Cuiabá), condenou o advogado criminalista Marcos Vinicius Borges, 37 anos, a 5 anos de prisão pelos crimes de estelionato e tráfico de influência. Marcos é conhecido por atuar na defesa de um dos autores da chacina que aconteceu em Sinop no dia 21 de fevereiro, após uma briga por causa de sinuca.
A decisão, é de segunda-feira (21). Marcos Vinicius é acusado de empregar pressão psicológica e induzir potenciais clientes ao erro para lucrar com os honorários advocatícios.
O advogado foi denunciado por três clientes. Os casos aconteceram em 2017 e 2018. Os três eram considerados contravenções penais, ou infrações “leves”, de menor potencial ofensivo. No entanto, Marcos Vinicius teria levado os clientes a acreditarem que eram casos “graves” e que precisava da intervenção de um advogado.
Em um dos casos o cliente foi preso em 2017, em Sinop, por uma contravenção penal por direção perigosa e desobediência. Após duas horas, Marcos Vinicius chegou na delegacia e passou a conversar com a vítima, dizendo que o caso era grave e que ele poderia ser conduzido ao presídio por conta do crime.
O advogado ofereceu seus serviços a um valor de R$ 3 mil. Como a vítima não tinha esse valor, ofereceu sua moto, avaliada em R$ 20 mil como forma de garantia. Para justificar o alto valor, Marcos Vinicius teria alegado que parte do dinheiro também seria repassado aos policiais responsáveis do plantão, para adiantarem e facilitarem sua soltura.
Em sua decisão, o magistrado destacou que nas três ocasiões, Marcos Vinicius teria agido de forma ardilosa e tentou obter para si, vantagem ilícita em prejuízo das vítimas.
Diante disso, o advogado foi condenado a cinco anos, cinco meses e 10 dias de reclusão, em regime inicial semiaberto. Ele ainda terá que pagar 200 dias-multa.
A decisão cabe recurso e Marcos Vinicius pode apelar em liberdade.
Outro lado: Marcos Vinicius
“Estranho uma decisão supostamente sigilosa sair para imprensa antes mesmo do meu conhecimento, quem teria interesse nesse vazamento? Ministério público? Ademais seja qual for a decisão não me preocupo, uma vez que conhecedor do trâmite sei que não se manterá nos tribunais, ou seja, o único prejuízo é o conquistado por quem vazou a notícia que é tentar sujar meu nome em meio a um momento de turbulência política.
Quanto ao caso. Me arrependo? Não . Se trata de supostos casos de 2017 onde Cobrei pelo meu serviço, em um recebi um cheque sem fundo, e no outro embora tenha ficado com uma moto de garantia de um elemento que já respondia aliciação de menor e tentativa de homicídio, recebi os valores após audiências cíveis. Se isso for crime, serei indiciado e condenado mais inúmeras vezes, ou terei que atuar gratuitamente?
Por fim, pedirei autorização judicial para trazer parte da audiência onde a suposta vítima informa que foi “buscado” em sua residência sem saber para o que era e que assinou o documento que o delegado lhe deu sem ler. Delegado este que eu já denunciei em outras oportunidades e que por diversas audiências de custódia informei que não segue conforme o CPP ordena não cumprindo seus horários de plantão na delegacia, fato sempre ignorado e jamais investigado pela promotora."